Importante líder das forças de segurança curdas morto em ataque na Síria
Um importante líder das forças de segurança curdas afiliadas à administração autónoma no nordeste da Síria morreu hoje num ataque contra o seu veículo, adiantou uma organização não-governamental (ONG), enquanto os curdos atribuíram o atentado a Ancara.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) referiu que "um líder das forças de segurança curdas foi morto e outra pessoa ficou ferida" numa "explosão perto da prisão de Oum Farsan, perto de Qamichli", coincidindo com "o sobrevoo de um 'drone' [veículo aéreo não tripulado] turco".
"O líder desempenhou um papel de liderança na direção das operações contra o grupo Estado Islâmico (EI) na região de Raqqa", antiga 'capital' do grupo 'jihadista', detalhou ainda a ONG sediada no Reino Unido, mas com acesso a uma vasta rede de fontes no país em guerra.
As Forças de Segurança Interna curdas (Asayish) indicaram, em comunicado, que um dos seus líderes foi morto em Qamichli depois de "o Exército turco ter atacado através dos seus 'drones' (...) um veículo das nossas forças num dos centros de detenção" em Oum Farsan.
O Ministério da Defesa turco disse à agência France-Presse (AFP) "não ter informações" sobre este ataque.
O Exército turco, que destaca soldados no norte da Síria, realiza regularmente ataques na região, contra zonas controladas pelos curdos, que derrotaram territorialmente o EI em 2019, com o apoio de Washington.
Ancara vê a principal componente das Forças Democráticas Sírias (FDS) lideradas pelos curdos como uma extensão dos rebeldes curdos turcos que combate.
As FDS controlam territórios adjacentes aos que a Turquia e os seus representantes sírios mantêm presença militar.
Após a derrota dos 'jihadistas', as forças curdas alargaram gradualmente o seu controlo na Síria, onde detêm quase um quarto da área do país, estabelecendo uma administração autónoma.
Em outubro de 2023, a Turquia realizou uma vasta campanha aérea visando dezenas de instalações militares e infraestruturas no norte da Síria, após um ataque contra a sede do Ministério do Interior em Ancara, reivindicado pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Entre 2016 e 2019, a Turquia lançou três operações militares de grande escala na Síria, visando sobretudo combatentes curdos, que Ancara diz querer expulsar das suas fronteiras.