Azerbaijão acusa a UE de ingerência reagindo a críticas de Bruxelas relativas às legislativas
O Azerbaijão acusou hoje a União Europeia (UE) de ingerência nos assuntos internos do país, em reação a uma visão crítica de Bruxelas relativamente às eleições parlamentares naquele estado do Cáucaso no passado domingo.
"Apelamos aos funcionários da UE para que compreendam que é inútil interferir nos assuntos internos do Azerbaijão, e para que se concentrem nos problemas internos dos países membros", afirmou o porta-voz do ministério azeri dos Negócios Estrangeiros, Aijan Gadzhizade.
A UE fez hoje saber que as legislativas, nas quais venceu o partido do Presidente Ilham Aliyev, "decorreram num clima político e jurídico restritivo", de acordo com um comunicado divulgado pelo porta-voz do Serviço Europeu para a Ação Externa, Peter Stano.
O mesmo texto destacou o relatório publicado esta segunda-feira pela Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e sublinhou que, "embora o processo de votação tenha sido ordeiro e genericamente considerado como tendo sido conduzido de forma eficiente, foram observadas graves irregularidades e omissões de salvaguardas importantes, particularmente na contagem dos votos".
"As eleições decorreram num contexto de contínua repressão das vozes dissidentes", sublinha o comunicado assinado por Peter Stano.
Baku considera a opinião expressa por Stano "subjetiva e tendenciosa" e sublinha que "as eleições no Azerbaijão foram realizadas em total conformidade com a Constituição e as leis do país".
O partido Novo Azerbaijão, do Presidente Ilham Aliyev, manteve o domínio do Milli Majlis, o parlamento azeri, de acordo com os resultados preliminares divulgados esta segunda-feira pela Comissão Nacional de Eleições.
O Novo Azerbaijão obteve 68 dos 125 assentos parlamentares, tendo 45 lugares sido ganhos por independentes e os restantes conquistados por candidatos de pequenos partidos, na sua maioria pró-Aliyev. A afluência às urnas foi de apenas de 37% dos eleitores registados.