Quase metade dos desempregados na Madeira são beneficiários do subsídio
Em média, este ano, menos de 3.150 desempregados receberam subsídio nessa condição, sendo que em Agosto foram registados 3.187 pessoas com essa ajuda, acima da média mas não o número mais baixo do ano em curso, o que acontecera em Junho (3.055 beneficiários), e muito menos no histórico disponível desde Janeiro de 2006, que está assinalado nos 2.983 de Outubro do ano passado.
Embora, o número de pessoas na condição de desempregado tenha batido no mês passado (6.670) um novo mínimo das últimas duas décadas, desde Setembro de 2004 (6.101), a tendência de aumento de pessoas apoiadas pela Segurança Social na Madeira resultou em quase metade dos desempregados apoiados, mais precisamente 47,8%. Em Janeiro de 2024, apenas 41,7% dos desempregados recebia subsídio e essa percentagem tem vindo a aumentar consecutivamente.
Para se ter uma ideia, em Agosto de 2023 estavam registados 7.419 pessoas no Instituto do Emprego da Madeira e no mesmo mês a Segurança Social atribuíra 3.154 apoios nessa condição de desempregado, menos do que actualmente e, por consequência, a percentagem de pessoas com apoio era de 42,5%.
Mas nem sempre isso acontece, bastando recuar a Agosto de 2013, no ano em com mais desemprego registado na Madeira (Fevereiro desse ano mantém o recorde de que há registo, com 24.976 desempregados), sendo que nesse mês homólogo havia 22.450 desempregados e 11.031 beneficiários, totalizando 49,1% com apoio público ao desempregado. Mas essa foi na consequência da anterior crise.
Na crise que resultou da pandemia da covid-19, em Março de 2021 (precisamente um ano após o encerramento da actividade normal) a Madeira chegou a ter 20.428 desempregados registados, com apenas 36% (7.367 pessoas) destes cidadãos a terem direito ao subsídio.
De referir que em Portugal, no mês de Agosto havia 313.421 desempregados registados, sendo que 185.686 tinham direito a subsídio, o que representa 59,2% do total.
Comparando com os Açores, que em Agosto tinha muito menos (4.264) desempregados que a Madeira, mas que em termos de beneficiários tinha mais (3.277) do que por cá, o que significa que quase 77% dos desempregados açorianos recebem apoio, bem acima da média nacional e uma diferença abismal em relação aos que, na Madeira, têm direito a esse apoio.
Nesse particular de comparação entre regiões insulares e o todo nacional, em Agosto atingiu-se o valor médio pago ao beneficiário mais alto desde que há registo, totalizando 579,38 euros, acima dos açorianos (568,61 euros), mas bem abaixo da média nacional (763,89 euros), o que faz com que a diferença entre o valor médio que recebe um desempregado na região Autónoma esteja muito abaixo do salário mínimo regional (850 euros), a uma distância superior à média do salário mínimo nacional (810 euros).