Cheias e inundações causam pelo menos 193 mortos no Nepal
Pelo menos 193 pessoas morreram no Nepal na sequência de inundações e deslizamentos de terras provocados por chuvas torrenciais, nomeadamente na capital Katmandu, de acordo com um novo balanço oficial hoje divulgado.
Um anterior balanço, divulgado no domingo, dava conta de 170 vítimas mortais e várias dezenas de pessoas desaparecidas.
Num comunicado, a polícia do Nepal referiu que 31 pessoas ainda estavam desaparecidas e 96 pessoas ficaram feridas em todo o país dos Himalaias, onde os esforço de busca e salvamento foram intensificados.
Muitas das mortes ocorreram em Katmandu, que sofreu fortes chuvas, inundando grande parte do sul da capital.
Pelo menos três autocarros com destino a Katmandu, que tinham ficado presos em engarrafamentos numa autoestrada a sul da cidade, foram soterrados por um deslizamento de terras que matou pelo menos 35 pessoas.
As três autoestradas que ligam a capital ao resto do país foram bloqueadas por deslizamentos de terras.
"A nossa prioridade é a busca e o salvamento, incluindo as pessoas que estão presas nas estradas", disse à agência de notícias France-Presse o porta-voz do Ministério do Interior, Rishi Ram Tiwari.
O exército nepalês indicou já ter realizado mais de quatro operações de retirada de pessoas, nomeadamente com recurso a helicópteros, lanchas e botes salva-vidas.
Bulldozers e outras máquinas de escavação foram utilizadas para limpar as estradas.
A paralisação da rede rodoviária provocou a escassez de produtos hortícolas na capital, cujos preços aumentaram significativamente.
"Normalmente recebemos 600 a 700 toneladas de legumes todos os dias, ontem [domingo] só recebemos 156 toneladas", disse Binay Shrestha, um grossista num dos principais mercados de Katmandu.
"A produção está disponível, mas está bloqueada pelo estado das estradas", acrescentou.
Grandes zonas do leste e do centro do país foram atingidas por cheias desde sexta-feira, tal como distritos inteiros de Katmandu.
De acordo com o Departamento de Hidrologia e Meteorologia, uma estação no aeroporto de Katmandu registou 240 milímetros de chuva, o nível mais elevado desde 2002.
O tempo melhorou a partir de domingo, depois de três dias de chuvas de monção, facilitando os trabalhos de resgate e limpeza.
Os voos domésticos foram retomados na manhã de domingo de e para Katmandu, depois de terem sido totalmente suspensos a partir da noite de sexta-feira. Mais de 150 voos foram cancelados.
O Governo nepalês anunciou o fecho de escolas e universidades no país durante três dias.
A época das monções começou em junho e geralmente prolonga-se até meio de setembro.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, transmitiu no domingo ao homólogo do Nepal uma mensagem de condolências e "profunda solidariedade" pelas "trágicas consequências" provocadas pelas cheias, refere uma breve nota publicada no portal da Presidência.