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Madeira

Luís Bettencourt sai em defesa de Roberto Silva

Vereador municipal do movimento Uma Nova Esperança é contra a extinção do cargo de representante do Governo Regional no Porto Santo

Foto DR
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Com a iminente transferência de competências para os Municípios, à conta da regionalização há muito discutida, Nuno Batista entende que o Governo Regional poderá delegar toda e qualquer competência na autarquia com o respectivo acompanhamento das verbas, sem intermediários ou representantes.

A proposta de extinção do cargo de ‘representante’ do Governo Regional no Porto Santo incomodou Luís Bettencourt, principal rosto do movimento Uma Nova Esperança (UNE), que sai em defesa de Roberto Silva, actual ‘mandatário’.

“É um delírio alguém pensar que os poderes do Governo acabem ou sejam limitados”, acusa o vereador municipal, para mais adiante explicar que Roberto Silva não tem um cargo. “Pede o fim de um cargo que não é sujeito a eleição? Mas qual cargo? Não existe qualquer cargo, mas sim um adjunto da Secretaria das Finanças presidida por Rogério Gouveia, que tem a pasta do Porto Santo”, afirma.

Em causa estão as palavras proferidas pelo presidente da autarquia, Nuno Batista, que em entrevista ao DIÁRIO foi questionado sobre a coerência da figura de representante do Governo Regional no Porto Santo, quando se discute a extinção do cargo de Representante da República para a Madeira.

O autarca defendeu a dissolução desta função que já conheceu, desde o século passado, várias designações. Desde delegado, director regional e agora adjunto. “Ainda faz algum sentido, mas tem tendência a desaparecer, até porque as pessoas do Porto Santo não têm uma palavra a dizer em quem é a pessoa que pretendem para representante do Governo Regional. É um cargo de nomeação”, sublinhou o autarca.

Com a iminente transferência de competências para os Municípios, à conta da regionalização há muito discutida, Nuno Batista entende que o Governo Regional poderá, desta forma, delegar toda e qualquer competência na autarquia com o respectivo acompanhamento das verbas, sem intermediários ou representantes.

Opinião contrária tem Luís Bettencourt, que não embarca na ideia de extinguir o cargo de representante do Governo Regional no Porto Santo que é ocupado, actualmente, por Roberto Silva, ex-presidente da Câmara Municipal e presidente da comissão política local do PSD.

“Porque se entregou a Fonte da Areia ao Governo? Porque não se assume a gestão da praia ou do parque urbano? É ignorância ou com o aproximar das eleições autárquicas o senhor presidente começa a apresentar sinais de nervosismo ou delírio, pois com esta reivindicação o que vai mudar? Autonomia? Com um orçamento de cinco milhões em que mais de metade vai para salários e despesas como espera fazer a manutenção das estradas, edifícios públicos, financiar a agricultura, saúde, transportes...”, elencou, para depois recorrer à sátira: “Nuno Batista quer o inédito, o Município mais poderoso do País e da Região... É caso para afirmar Deus no céu, Nuno Batista na Disney.”

Afirma que tem total confiança de Miguel Albuquerque, como tal reforça a sua candidatura ficando claro que a sua ‘guerra’ é com Roberto Silva e não com o Governo Regional (…) As declarações de ‘guerra’ à estrutura governativa proferidas pelo Presidente da Câmara só trazem uma consequência logica e refutável que é prejudicar o Porto Santo e os porto-santenses. Luís Bettencourt

Miguel Brito aplaude, mas faz reparo

Outro dos vereadores da oposição na Câmara Municipal do Porto Santo, Miguel Brito, recorreu às redes sociais para reagir à ideia de Nuno Batista.

O socialista puxou a fita atrás e recordou que em Julho deste ano, na discussão do Programa do Governo, defendeu “a extinção do cargo de representante” e na resposta ao pedido de esclarecimento o secretário regional de Finanças, Rogério Gouveia, acusou Miguel Brito “de estar contra a Administração Pública no Porto Santo”.

Depois, no dia 29 de Agosto, o também deputado na Assembleia Legislativa da Madeira defendeu a extinção do cargo no programa da RTP-Madeira, Vida Local, e “estranhamente o presidente na altura nem se pronunciou sobre este assunto”.

“Agora, e só agora, quase no final de mandato, vem sua excelência, o Presidente da Câmara, se lembrar, e assumir que este cargo, que não é sujeito a eleição, não faz qualquer sentido. Mais vale tarde do que nunca. No entanto, parece-me é que vai iniciar-se uma nova novela politica no Porto Santo. E o que é pena é que o realizador é sempre o mesmo. A pergunta que importa colocar é a seguinte: Quem é que perde com estas novelas mexicanas de má qualidade? Todas e todos os porto-santenses”, concretizou.