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Turismo celebra-se hoje em ano de consolidação de um passado de recordes

Foto Arquivo/Aspress
Foto Arquivo/Aspress

O Turismo celebra hoje o dia do setor num ano que os atores do setor acreditam que será positivo, mas de consolidação de resultados, após um 2023 recorde.

Em declarações à agência Lusa, por ocasião do Dia Mundial do Turismo que hoje se celebra, o presidente da AHP - Associação da Hotelaria de Portugal, Bernardo Trindade, instado a comentar o desempenho que se verifica, começa por lembrar que, como já antevia, "o maior adversário do ano 2024 foi o [resultado] alcançado em 2023", o melhor ano de sempre para o setor.

"Dependendo das regiões, teremos em 2024 diferentes comportamentos: a Madeira, o verão no Algarve, os hotéis em Lisboa e no Porto, com pouco peso da restauração, terão um bom 2024. Teremos mais receitas, mas teremos mais custos. O resultado, a diferença entre receitas e custos, em 2024 é ainda uma incógnita", antevê.

Por seu lado, o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) considera, por sua vez, à Lusa que "o Turismo encontra o seu dia cheio de boas notícias, desafios e incertezas".

"A certeza de um bom resultado turístico, que consolida em 2024 o melhor ano de sempre (2023), uma série de desafios importantes, relacionados com a vontade de segurar preços, garantindo qualidade, num contexto de dificuldades internas (aeroporto estrangulado, falta de mão de obra, contextos económicos interno e externos de alguma dificuldade) e, finalmente, um contexto de incerteza brutal, sobretudo, por causa das guerras importantes que se travam na Ucrânia e no Médio Oriente", refere Pedro Costa Ferreira.

Certezas têm os agentes do setor quando afirmam que o país precisa do Turismo para continuar a crescer.

"Portugal precisa do turismo, do turismo e de mais economia. Só assim garantiremos riqueza, emprego, coesão e futuro", reforçou Bernardo Trindade.

No final de 2023, os agentes do setor estimavam que 2024 fosse um bom ano, mas no qual se iria sentir um travão à euforia dos últimos anos, pós-covid, e a 2019, até ali o melhor ano de sempre. Os números têm mostrado isso, uma tendência de desaceleração do crescimento em 2024.

As últimas estatísticas da atividade turística do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostraram que o alojamento turístico registou 3,2 milhões de hóspedes e 9,0 milhões de dormidas em julho, subidas homólogas de 1,5% e 2,1%, respetivamente.

Os aumentos registados em julho comparam com as subidas de 6,8% nos hóspedes e de 5,0% nas dormidas observadas em junho.

Também o crescimento dos proveitos totais manteve a trajetória de abrandamento em julho, subindo 7,2%, após terem crescido a dois dígitos em junho e maio (12,7% e 15,3%, respetivamente), atingindo 803,0 milhões de euros.

Em julho, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 96,4 euros (subindo 5,4% face a julho de 2023) e o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 144,9 euros (+6,1%), com o INE a destacar que o ADR voltou a atingir os valores mais elevados no Algarve (181,5 euros) e na Grande Lisboa (160,8 euros).

No acumulado de janeiro a julho, as dormidas registaram um crescimento de 4,1%, atingindo 44,5 milhões, dando origem a aumentos de 11,1% nos proveitos totais e de 11,0% nos de aposento. Em termos acumulados, os proveitos totais atingiram 3,6 mil milhões de euros e os relativos a aposento ascenderam a 2,7 mil milhões de euros nestes primeiros sete meses do ano.

"Desejo que o Turismo, enquanto setor, possa aproveitar o 'Dia do Turismo' para aprofundar a união, o trabalho conjunto e a proximidade, tão necessários a uma conjuntura certamente feliz, mas cheia de desafios e incertezas", acrescentou Pedro Costa Ferreira.

Já o presidente da AHP lembrou que o "Turismo foi sempre considerado como a indústria da paz" e que "nunca como agora urge reafirmá-lo".

"Teremos melhor turismo quando nos respeitarmos, respeitarmos nas diferenças, no diálogo inter-religioso. Só assim teremos mais confiança para avançar em prol de um mundo melhor", concluiu.