Agosto não vai longe. Foi ontem.

Porventura alguém já se esqueceu:

- da tarde do fatídico dia 14 de Agosto ?

- dos longos, dantescos e desafortunados dias vividos?

- das afirmações que foram sendo produzidas pelos mais diretos responsáveis?

- do silêncio da secretária administrante e do IFCN ?

- das levianas e infundadas acusações feitas ?

- da irresponsabilidade de quem de direitos nos planos de ataque traçados?

- dos pedidos tardios de ajuda humana, deixando o fogo lavrar?

- da ativação demasiado tardia dos meios da EU?

- da afirmação “somos suficientes” quando horas depois já o não éramos ?

- do “está tudo controlado” quando se sabia que tudo estava num louco descontrolo?

Destas e de outras afirmações certamente ninguém se esqueceu, muito menos aqueles que na pele sofreram as consequências.

Tão pouco ninguém se esquecerá da atitude irresponsável e mimada de um governante que se vai estender na areia quente e dourada da ilha vizinha e deixa a sua ilha a arder.

Mentira atrás de mentira!

Gaguejo atrás de gaguejo!

Perdigotos para o lado!

O espetáculo desolador contempla-se agora.

A beleza ímpar que todos visualmente admiram, a que todos levam gravada na alma e fotografam com um prazer extraordinário deu lugar à desolação, ao questionar incessante de “como foi possível deixar chegar a esta situação”.

Que aprendeu a Secretaria da tutela, o IFCN e toda a governação com o incêndio anterior?

Que fizeram de concreto?

NADA !

Para se escudarem, os nossos maiores responsáveis procuram impedir a todo o custo a Comissão de Inquérito.

A que ponto chegou a cobardia… a falta de honestidade… a imoralidade… a irresponsabilidade como se a vida política e sobretudo a vida de governação não exigisse dos seus elementos a honestidade, a responsabilidade, a coragem de assumir os seus erros e de os ressalvar.

A culpa nunca é nossa, é sempre alheia.

Se os súbditos, se os que exigem respeito, coragem, verdade, honestidade e responsabilidade aos seus governantes são “abutres”, muito mais o serão aqueles que não reconhecendo os seus erros, a sua insensatez e irresponsabilidade procuram fazer gerar ventos que arrastem as areias e escureçam a verdade.

Vivemos sob o signo de uma governação de interesses e mentira.

É a constante e vergonhosa mentira que acontece nos mais diversos campos da governação gerada pelos TOP mas executada pelos intermédios que acabam por ser acusados e pagar a fatura.

É a mentira e não a denúncia anónima que dá origem à operação “AB INITIO”.

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