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A Guerra Mundo

Zelensky acusa Putin de planear ataques às centrais nucleares ucranianas

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Foto EPA

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou hoje nas Nações Unidas o líder russo, Vladimir Putin, de estar a planear ataques às centrais nucleares na Ucrânia, advertindo contra um desastre nuclear.

"Recebi outro relatório alarmante dos nossos serviços de informações. Putin parece estar a planear ataques às nossas centrais nucleares de energia e às suas infraestruturas, procurando desligá-las da rede elétrica", disse o chefe de Estado ucraniano durante a sua intervenção na 79.ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque.

Zelensky acusou Moscovo de vigiar as centrais "com a ajuda de satélites - já agora - de outros países" e deixou um aviso: "Qualquer míssil ou ataque de 'drone' sobre o sistema energético pode conduzir a um desastre nuclear".

"Um dia como este nunca poderá chegar e Moscovo tem de entender isto", salientou.

Tal "depende em parte da vossa determinação em pressionar o agressor", disse, dirigindo-se aos membros da Assembleia-Geral.

Defendendo a necessidade de as centrais nucleares estarem protegidas, o Presidente ucraniano referiu que o seu plano de paz tem como primeiro capítulo a "segurança nuclear".

"Já que a Rússia não consegue derrotar a resistência do nosso povo no campo de batalha, Putin está a procurar outras formas de quebrar o espírito ucraniano. Um dos seus métodos é atacar as nossas infraestruturas de energia, com ataques deliberados russos sobre as nossas centrais nucleares e toda a rede de energia", criticou.

Segundo o Presidente da Ucrânia, 80% do sistema energético ucraniano está destruído.

"É assim que Putin espera atormentar milhões, milhões de ucranianos, pessoas normais. (...) Putin quer deixá-los no escuro e no frio este inverno", denunciou.

No seu discurso, Zelensky disse ainda querer "uma paz real e uma paz justa" para o povo ucraniano.

O líder ucraniano recusou qualquer plano de paz que seja "imposto" a Kiev, questionando "qual é o verdadeiro interesse" de países como Brasil e China, que se "juntam a coros de vozes, com europeus e africanos" a propor "algo alternativo a uma paz total e justa".

A esses países, lançou uma mensagem: "Não vão aumentar o vosso poder à custa da Ucrânia".

"Os ucranianos nunca aceitarão, nunca aceitarão, como alguém poderá pensar que tal passado colonial brutal, que não serve a ninguém hoje, pode ser imposto na Ucrânia, em vez de uma vida pacífica normal", frisou.

"Peço o vosso apoio, de todas as nações do mundo. Nós não dividimos o mundo, peço o mesmo a vós: não dividam o mundo, sejam nações unidas", concluiu.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).