Greve dos enfermeiros na Madeira caiu para os 75% no segundo dia
Ao segundo dia de greve nacional dos enfermeiros, a adesão na Madeira caiu dos 80 para os 75%. Os dados foram avançados à TSF por Juan Carvalho, presidente do Sindicato dos Enfermeiros da Madeira.
Há um ligeiro diferencial em relação ao primeiro dia, mas também é natural porque a experiência do passado diz-nos isso: o segundo dia +e sempre um pedacinho inferior. Ontem estávamos a falar de 80%, hoje estamos a falar de 75%” Juan Carvalho
Uma diferença de 5% em relação à adesão do primeiro dia, que não altera os constrangimentos sentidos, nomeadamente na consulta externa, no bloco operatório e em muitos centros de saúde da Região onde não compareceram hoje enfermeiros. "Portanto isto tem a ver com enfermeiros que ontem podiam estar nos serviços mínimos, hoje podiam não estar nos mínimos porque foi mais um trabalhar e dá estas alterações", observa Juan Carvalho. "Mas os constrangimentos praticamente mantêm-se inalterados”, nota.
O dirigente sindical explicou que hoje, no bloco operatório do Hospital Dr. Nélio Mendonça, a cirurgia programada está parada, havendo recursos destacados apenas para cumprir as cirurgias em urgência geral e oncológica. “A nível da consulta externa temos muitos procedimentos e consultas de enfermagem que não estão a se realizar”, confirma o presidente do Sindicato dos Enfermeiros na Madeira.
Nos centros de saúde, por sua vez, há ligeiras alterações entre um que estava ontem a funcionar em pleno e hoje tal já não acontece, e vice-versa. De qualquer modo, tem havido constrangimentos na rede de cuidados primários.
Ontem, a estrutura sindical avançava com uma adesão na ordem dos 80%, mas o secretário regional com a tutela da saúde, Pedro Ramos, disse que a paralisação rondou os 68%.
“Não considero que haja assim uma tão grande discrepância, são 12% de diferença", analisa Juan Carvalho, questionado pela TSF-Madeira. “Pode ter a ver até com informações que os próprios serviços veiculem que Às vezes á constatamos no terreno, em que ao sindicato é dada uma informação e depois vem se a constatar que a informação que foi dada ao responsável pelo serviço que está a recolher os dados foi outra”, acrescenta.
“Há outro dado que também pode explicar esta discrepância que é a greve pode ser assumida em qualquer hora e em qualquer momento e podemos passar pelos serviços no período da manhã, logo no início do turno, e temos um determinado número de enfermeiros a fazer greve que, entretanto, resolveram, ao final da manhã ou ao início da tarde, trabalhar e altera os números”, explicou o dirigente sindical.
Os enfermeiros que cumprem hoje o segundo e último dia de greve.