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Viajo, logo existo

Vou começar este artigo referindo estar farto dos acontecimentos desastrosos neste país, tais como incêndios, cá e lá, investigações, com queixinhas mal alinhavadas ... e principalmente as entrevistas televisivas, tipo “tutti-frutti”, com uns “experts” da treta ... que sabem tudo sobre tudo e sobre todos, usando as mais ridículas justificações, … e ainda ganham dinheiro sem nada produzir ... sim, porque: - “A riqueza dum país está na sua produção relativa ao trabalho!”

Assim achei melhor escrever sobre viagens, ... porque todas as viagens têm uma razão de ser, uma intenção ou um motivo, resultando melhor ou pior, de acordo com algumas variáveis ou então alguns imponderáveis. Quem viaja, por exemplo, para uma ilha do arquipélago canário, em princípio só vai precisar de um creme solar, havaianas, um fato de banho e algum dinheiro na carteira para beber umas cervejas! Tudo o resto deve resultar naturalmente, ... a música, a dança ... e as surpresas, agradáveis ou desagradáveis de acordo com o “status”! Quando se viaja para uma grande cidade europeia, convém ter um mapa, para andar a pé bem orientado, conseguir ver as coisas e aproveitar saber o que lá se passa nesse momento, ... no aspecto cultural, nos eventos, ... muita coisa pode acontecer numa semana, nestes ambientes metropolitanos desenvolvidos. Quem viaja com outras perspectivas, pensando em organizações automóveis, com carros antigos, muito raros, de altíssima cilindrada e performances superiores, tem de programar muito bem, uma deslocação desta natureza, até ao mais ínfimo pormenor... incluindo, alojamento, alimentação, deslocações e meteorologia,... pelo menos! Refiro-me aos eventos desportivos que anualmente se realizam no Reino Unido, país reconhecido pela grande relevância que destaca para estes acontecimentos, organizados com um rigor absoluto e com uma qualidade inexcedível. Aí se vão encontrar automóveis de todo o mundo, antigos, em estado impecável, capazes de acelerar em circuitos nas mais altas velocidades, também porque são conduzidos por pilotos credenciados e deveras reconhecidos. E, como não podia deixar de ser, ... num ambiente adequado à idade dos automóveis, anos 50, 60 ou 70, ... com muitos espectadores vestidos à época, criando um espaço desportivo, muito “sui generis”, muito participado, com desfiles, espectáculos musicais, entrelaçados com as famosas corridas, e assim, com uma multidão muito divertida de fanáticos por “carros velhos” com uma qualidade extrema! Não é fácil descrever um espaço desta natureza, onde também se encontram motas antigas, das mais famosas marcas, que também participam em corridas próprias, no meio de milhares de pessoas, que se distribuem pelos inúmeros espaços, incluídas as “boxes” ou as “paddock”, onde todos se podem cruzar com personalidades do mundo ... do automobilismo, das motos, da arte, do cinema ou do teatro, nesse enorme espaço, o mais natural possível, com uma beleza incrível, como se de um museu se tratasse. Quando se está num local desta natureza, onde tudo acontece naturalmente, ... com algumas surpresas pelo meio e uma espetacularidade permanente, ...o tempo passa sem se sentir e só a cor do céu indica que o dia está a acabar, ...porque afinal está a anoitecer. Ninguém se cansa neste cenário, policromático, polivalente, com imagens diferentes a cada hora que passa, sem fatigar a vista, nem “cãimbrar” os músculos. O bonito e o feio, estão muito bem conjugados e até a chuva, quando aparece, não consegue incomodar.

Todos os presentes participam, muito ou pouco, neste “teatro”, assim como no “palco” dos espetáculos e quem aqui está, garantidamente terá de gostar do tema e do ruído dos “cavalos” ... também porque assim saboreia melhor as “ementas” à sua disposição!

Só me resta recordar agora, uma vez mais, uma frase brilhante da escritora Susan Sontag: - “Quem viaja, encontra sempre o que leva consigo”! Para bom entendedor meia palavra basta! Tenho dito!

P.S. E se deixassem de explicar os incêndios e se preocupassem exclusivamente com as ignições? Já agora... : - Pode-se fumar nas serras ou nas levadas?