Hezbollah disparou hoje 300 'rockets' para Israel
O Exército israelita afirmou ao fim da tarde que o grupo xiita libanês Hezbollah disparou hoje cerca de 300 'rockets' sobre Israel, após ter indicado de manhã que a Força Aérea bombardeara instalações do movimento no Líbano.
"Hoje, cerca de 300 'rockets' foram disparados contra [o território de] Israel, ferindo seis civis e soldados, a maior parte deles levemente", declarou o porta-voz do Exército, o contra-almirante Daniel Hagari, numa conferência de imprensa transmitida pela televisão.
Antes, as Forças Armadas israelitas tinham informado ter hoje intercetado vários 'drones' (aeronaves não-tripuladas) lançados pela milícia xiita libanesa nas imediações do Monte Carmelo, a cerca de 50 quilómetros da fronteira com o Líbano, sublinhando tratar-se do ataque do Hezbollah a território israelita com equipamento de maior alcance até à data.
As autoridades militares israelitas comunicaram inicialmente a ativação de alertas aéreos na zona do Monte Carmelo, a sul da cidade de Haifa.
No total, foram detetados três 'drones', "dois dos quais foram intercetados", indicou o Exército israelita na sua página da Internet, acrescentando que foi iniciada uma investigação para recolher mais pormenores sobre o ataque.
Este ataque com 'drones' de maior alcance do Hezbollah a Israel ocorre numa altura em que as Forças Armadas israelitas prosseguem a sua ofensiva em território libanês, numa tentativa de atingir algumas das principais estruturas da milícia xiita pró-iraniana.
Nos últimos dias, o Exército israelita levou a cabo ataques em vários pontos do sul e leste do Líbano, e também na capital, Beirute, nos quais foram mortas cerca de 600 pessoas e mais de mil ficaram feridas. As autoridades israelitas garantiram ter eliminado vários comandantes do Hezbollah.
Esta nova fase do conflito, de aumento dramático de tensões entre Israel e o Hezbollah, foi desencadeada por dois dias de explosões simultâneas dos dispositivos de comunicação do grupo, primeiro 'pagers', depois 'walkie-talkies' - a 17 e 18 de setembro -, ataques atribuídos a Israel que fizeram cerca de 40 mortos e de 3.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço divulgado pelas autoridades libanesas.
Há mais de 11 meses que as forças israelitas e o Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado ao longo da fronteira entre o Líbano e Israel, nos piores confrontos desde a guerra de 2006, que se intensificaram fortemente este verão, após um ataque da milícia pró-iraniana que matou 12 crianças nos Montes Golã, ocupados por Israel desde 1967.
As tensões na região do Médio Oriente aumentaram após o ataque de 07 de outubro de 2023 do movimento islamita palestiniano Hamas em território israelita, que fez 1.205 mortos, na maioria civis, e 251 reféns, e em retaliação ao qual o Exército israelita iniciou uma guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza que já fez pelo menos 41.467 mortos e 95.900 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, segundo números do Ministério da Saúde local, que a ONU considera fidedignos.
A partir do Líbano, o Hezbollah juntou-se aos ataques contra Israel, em solidariedade com a população palestiniana, abrindo assim uma segunda frente de batalha para Israel, na sua fronteira norte, fazendo a comunidade internacional temer o alastramento do conflito a todo o Médio Oriente.