Sindicato dos Enfermeiros aponta adesão à greve superior a 80% na Madeira
Sindicato contraria números de Pedro Ramos e afirma que paragem afecta tanto os hospitais como os centros de saúde
Ao contrário dos números apontados pelo secretário regional da Saúde e Protecção Civil, o Sindicato dos Enfermeiros aponta que a adesão à greve nacional é superior a 80% na Região, o que demonstra o impacto significativo na prestação de cuidados, afectando hospitais e centros de saúde.
Greve dos enfermeiros na Madeira com 68% de adesão
Dado relevado pelo secretário regional da Saúde
Em declarações ao DIÁRIO e à TSF-Madeira, Juan Carvalho, representante do Sindicato dos Enfermeiros na Madeira, informa que no Hospital dos Marmeleiros a adesão atinge os 87%, no Hospital Dr. João de Almada abrange os 85% e no Hospital Dr. Nélio Mendonça os 80%, com vários serviços a serem "directamente afectados, como o Bloco Operatório, onde cirurgias foram reprogramadas, e a Consulta Externa, que teve intervenções, atendimentos e tratamentos cancelados. Nos centros de saúde, muitos profissionais não compareceram", deixando os serviços reduzidos ao mínimo.
"Neste momento, temos, por exemplo, o Centro de Saúde do Monte, que está praticamente sem enfermeiros. Temos já alguns Centros de Saúde como Machico, em que só foi assegurado os Serviços de Urgência. Em todos os centros de saúde que tenham urgência, estão só com estes serviços a funcionar, mas naqueles onde é só centro de saúde, em que não tem que assegurar cuidados mínimos, em muitos deles os enfermeiros hoje não compareceram", explicou.
O representante esclareceu ainda que a greve não é apenas uma manifestação de solidariedade para com os colegas do continente, mas sim uma acção coordenada pela plataforma de sindicatos que negoceia com o Ministério da Saúde. Não obstante, Juan Carvalho deixa críticas à falta de evolução nas negociações, mencionando que "acordos superficiais não resolvem problemas estruturais", sendo essencial a resolução de questões como a revisão da carreira de enfermagem e a melhoria das condições de trabalho.
Entre as reivindicações, estão também a revisão da grelha salarial, a majoração do tempo de serviço para antecipação da aposentadoria, e a contratação urgente de mais enfermeiros. Segundo o representante, a carência actual é de cerca de 350 enfermeiros, e com a previsão de 400 aposentadorias nos próximos anos, a contratação de novos profissionais "torna-se crucial".