Novo balanço dos ataques israelitas aponta para quase 500 mortos no Líbano
O número de mortos nos intensos ataques do Exército israelita contra o movimento xiita Hezbollah em todo o Líbano subiu para 492, incluindo mais de 90 mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.
"Os ataques aéreos causaram o martírio de 492 pessoas, incluindo 35 crianças e 58 mulheres, e feriram outras 1.645 pessoas", realçou hoje à noite o Centro de Operações de Emergência, o maior número de mortos em quase um ano de violência.
Um balanço anterior das autoridades libanesas apontavam para pelo menos 356 mortos, entre os quais 24 crianças, e mais de 1.240 feridos no sul e leste do Líbano, devido aos ataques israelitas.
Ao fim da tarde, o Exército israelita declarou ter atingido 1.300 alvos do Hezbollah nas últimas 24 horas, que dispara 'rockets' contra Israel há quase um ano, em apoio ao Hamas palestiniano, que trava uma guerra contra Israel na Faixa de Gaza, com consequências catastróficas para a população civil daquele território.
"Estamos essencialmente a alvejar as infraestruturas de combate", afirmou o chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, o general Herzi Halevi, acrescentando que o Exército está a "preparar-se para as fases seguintes" da operação.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel está a reverter o "equilíbrio de forças" no norte do país, onde está determinado a alcançar condições que permitam o regresso de dezenas de milhares de habitantes deslocados.
O Exército anunciou novos ataques "em grande escala" no vale de Bekaa, um bastião do Hezbollah no leste do Líbano, cujos habitantes, tal como os do sul, foram instados, através de mensagens digitais, a afastar-se de instalações que funcionem como depósitos de armamento do movimento xiita libanês.
O Hezbollah, por seu lado, afirmou ter retaliado com dezenas de 'rockets' disparados para o norte de Israel, precisando que tinham como alvo os "principais paióis" do Exército na zona, bem como um quartel militar.
O fogo cruzado entre Israel e o Hezbollah - que prometeu continuar a atacar Israel "até ao fim da agressão em Gaza", abrindo uma segunda frente de batalha na região para o Exército israelita - aumentaram de intensidade desde a vaga de explosões simultâneas de equipamentos de comunicação (primeiro, 'pagers' e, depois, 'walkie-talkies'), atribuídas a Israel, que em todo o Líbano fizeram 39 mortos e quase 3.000 feridos, a 17 e 18 de setembro, segundo as autoridades libanesas.
Na sexta-feira, o bombardeamento israelita de um edifício nos subúrbios do sul de Beirute matou 16 membros da força de elite do Hezbollah, incluindo o seu líder, Ibrahim Aqil. O balanço total foram 45 vítimas mortais, incluindo civis, de acordo com as autoridades libanesas.
Milhares de libaneses fugiram para sul, e a principal estrada que sai da cidade portuária de Sidon, no sul, ficou cheia de carros que se dirigiam para Beirute, no maior êxodo desde 2006, noticiou a agência Associated Press (AP).
Trata-se dos piores confrontos entre Israel e o Hezbollah desde a guerra de 2006, que se intensificaram este verão, após um ataque que matou 12 crianças nos Montes Golã, ocupados por Israel desde 1967.