É tempo de outono
Ninhos velhos abandonados
Entre folhas amareladas
Filhotes que bateram asas
E velhos pais coitados
De asas derrubadas
É tempo de outono
O verão, esse já era
Saudades da primavera
E no despertar deste sono
O inverno, nos espera
Tempo de folhas caídas
E do vento abanar
Frágil corpo a navegar
Nas ilusões perdidas
Nas ondas deste sonhar
Cai a chuva de mansinho
Às vezes, torrencial
E neste vendaval
Por aqui é o caminho
Para o bem e para o mal
Amanhã é outro dia
E neste meu querer
Quando amanhecer
Sentirei nova alegria
Por continuar a viver
O ontem já passou,
E passou a acorrer
O amanhã vamos ver
Tudo o que atrás ficou
Não sei, nem quero saber
José Miguel Alves