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Madeira

Realojamento das famílias da Fajã das Galinhas vale reconhecimento nacional

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A operação que levou ao realojamento de 114 pessoas, residentes na Fajã das Galinhas, devido aos incêndios do passado mês, valeu à Câmara Municipal de Câmara de Lobos o Prémio Excelência Autárquica na área de Ação Social, promovido pela organização Cidade Social.

"Este prémio é um reconhecimento do esforço colectivo da nossa equipa, dos parceiros institucionais e da própria população de Câmara de Lobos", assume Sónia Pereira, vereadora com o pelouro da Educação, Intervenção Social e Juventude. "A operação de realojamento das famílias da Fajã das Galinhas revelou-se um desafio sem precedentes, mas também uma oportunidade de demonstrar a nossa capacidade de resposta a situações de crise. O nosso objectivo principal foi sempre garantir que estas famílias, forçadas a abandonar as suas casas devido aos riscos de deslizamento, pudessem encontrar segurança e dignidade nas suas novas habitações", acrescenta.

A autarquia dá conta de que, até sexta-feira, estarão realojadas 81 pessoas, sendo as restantes 35 alojadas à medida que forem surgindo mais imóveis disponíveis. Os realojamentos acontecem com recurso à criação de uma "bolsa de imóveis desocupados" em parceria com entidades públicas e privadas. "Este modelo permitiu uma solução rápida e eficiente, proporcionando às famílias atingidas melhores condições de segurança e autonomia", indica a Câmara Municipal.

O plano de realojamento foi implementado no terreno após a declaração da Situação de Calamidade no Município de Câmara de Lobos e da Situação de Alerta na localidade da Fajã das Galinhas, devido aos danos geológicos causados pelos incêndios. A instabilidade do terreno tornou perigoso o retorno das famílias às suas casas, obrigando à sua retirada imediata. Entre os realojados, 79 pessoas foram acolhidas por familiares e amigos, enquanto 43 pessoas ficaram temporariamente em centros comunitários.

"Conseguimos mobilizar uma rede de 39 entidades, entre instituições públicas e privadas, que se prontificaram a colaborar. A criação de uma bolsa de imóveis desocupados e de um banco de donativos foi fundamental para acelerar o processo de realojamento e minimizar os impactos desta crise na vida das famílias", indica Sónia Pereira. 

Foram angariados 23 imóveis, dos quais 11 pertencem ao sector público e 12 ao privado, sendo que alguns destes foram cedidos gratuitamente por particulares, "um gesto que a autarquia agradece profundamente".

Esta operação municipal também prevê uma estratégia de longo prazo para garantir a continuidade e segurança destas famílias. O município comprometeu-se a suportar os custos da requalificação dos imóveis que necessitam de pequenas obras, além de assegurar os contratos de arrendamento de imóveis cedidos por particulares, até estarem disponíveis imóveis permanentes. Para tal está igualmente em curso uma candidatura ao Programa 1.º Direito, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que permitirá garantir a sustentabilidade do projeto e a construção de novas habitações.