PR de Moçambique diz que "Pacto para o Futuro" responde a gerações actuais e futuras
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, considerou ontem, na ONU, que a adoção do "Pacto para o Futuro" representa uma resposta às necessidades das atuais e futuras gerações, esperando um impulso no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento (ODS).
"Com o 'Pacto para o Futuro', que hoje adotamos, criamos bases seguras para responder às necessidades e interesses de gerações presentes e futuras", afirmou Nyusi, ao intervir no diálogo interativo "Reforçar o multilateralismo para a paz e segurança internacionais", durante a "Cimeira do Futuro", que decorre em Nova Iorque.
Os Estados-membros das Nações Unidas (ONU) comprometeram-se hoje a traçar "um futuro melhor" para a humanidade afetada pelas guerras, pela pobreza e pelo aquecimento global, apesar da oposição de alguns países, incluindo da Rússia, à adoção deste acordo.
Em causa está o "Pacto para o Futuro", adotado hoje em Nova Iorque no arranque da "Cimeira do Futuro", um evento projetado pelo secretário-geral da ONU em 2021 e apresentado como uma "oportunidade única" para mudar o curso da história.
Depois de duras negociações até ao último minuto, a Rússia manifestou hoje a sua oposição ao texto, sem, no entanto, impedir a sua adoção por consenso.
Na sua intervenção no mesmo painel, em que participaram vários chefes de Estado, o Presidente moçambicano afirmou que esta Cimeira, que decorre até segunda-feira no âmbito da 79.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, é igualmente "uma plataforma propícia para galvanizar o alcance das metas dos ODS".
"Seis anos antes do prazo, de 2030, apenas 17% das metas traçadas tinham avançado significativamente", observou Nyusi.
Abordando os progressos de Moçambique nesta matéria, o chefe de EStado acrescentou que, em 2020, o país "apresentou o primeiro relatório de revisão nacional voluntária", o qual "constatou progressos significativos" em domínios como acesso à água potável, expansão do acesso à energia elétrica, expansão e melhoria de acesso à Justiça, na retenção das raparigas na escola e na sustentabilidade dos oceanos através de iniciativas de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
"As crises globais que vivemos impelem-nos a reforçar o multilateralismo assente numa agenda comum de cooperação, colaboração, solidariedade, diálogo e confiança mútua. Urge também reformar o sistema de segurança coletiva para melhor solucionar os conflitos que assolam o mundo, recorrendo à diplomacia preventiva, mediação bons ofícios do secretário-geral, minimizando confrontos entre Estados", disse ainda Nyusi.
No "Pacto para o Futuro", hoje adotado, os líderes comprometem-se a fortalecer o sistema multilateral "para acompanhar um mundo em mudança" e "proteger as necessidades e interesses das gerações atuais e futuras" ameaçadas por "crises contínuas".
"Acreditamos que existe um caminho para um futuro melhor para toda a humanidade", é referido no texto.
O Pacto apresenta, em mais de 20 páginas, 56 ações em áreas que vão desde a importância do multilateralismo ao respeito pela Carta da ONU e à manutenção da paz, desde a reforma das instituições financeiras internacionais até à do Conselho de Segurança da ONU, ou a luta contra as alterações climáticas, o desarmamento e o desenvolvimento da inteligência artificial.
Em negociação ao longo de vários meses estiveram também o "Pacto Digital Global" e a "Declaração sobre as Gerações Futuras", que foram anexados ao "Pacto para o Futuro".
O "Pacto" e os seus anexos - Pacto Digital Global e Declaração para as Gerações Futuras - são não vinculativos, levantando a questão da sua implementação enquanto alguns dos princípios apresentados, como a proteção de civis em conflitos, são violados diariamente ao redor do mundo.