Um país sem rumo e sem futuro
Dar-me-ia muito gosto estar a escrever acerca de um país próspero com um bom governo, com uma boa economia, com um bom serviço de saúde mas infelizmente o meu teclado não encontra carateres para descrever tais benesses acerca do meu país que se não arrepiar caminho, revela-se sem futuro. Um país que se afunda na corrupção, Um país onde a justiça é tão lenta que grande parte dos processos prescrevem por expiração de prazos, Um país onde hospitais públicos funcionam mal ou não funcionam, onde as grávidas percorrem quilómetros sem encontrar uma maternidade, acabando por dar à luz numa ambulância. Um país onde grande parte das escolas se encontram encerradas no princípio do ano letivo por falta de professores ou degradadas. Um país onde a população conta os cêntimos no supermercado e os idosos não encontram cêntimos nos bolsos para comprar medicamentos vitais para a sua saúde devido a uma inflação galopante. Enfim, um país onde os políticos do arco do poder prometem mudar tudo para depois tudo ficar na mesma até às próximas eleições. Um país onde o custo de vida se torna incomportável para quem ganha o ordenado mínimo e para quem trabalhou uma vida e usufrui de uma reforma miserável. Um país que vive de esmola, com subsídio para a agricultura, pescas, transportes, saúde e para o ensino, ou seja, todos os que produzem têm que ser subsidiados porque de contrário trabalham duro mas morrem de fome.
Destruição do património natural que nos empobrece Um país onde os jovens não podem constituir família porque uma habitação custa a módica quantia de 2.900 € ao m2. Um país que vive uma democracia com 50 anos, que é membro da UE desde 1985, que aderiu ao euro em 2002, que recebeu muitos milhões da UE quer a fundo perdido quer em empréstimos, todavia, em fins de 2023 tinha uma dívida externa de 143 mil milhões de euros, o equivalente a cerca de 54% do PIB porque os governos não sabem governar. Alguém sabe onde está ou como foi “estoirado” todo esses dinheiro? 38 anos membro da UE e não passamos de cepa torta, não conseguimos descolar dos países mais pobres da UE, havendo até alguns que aderiram mais recentemente e até já nos passaram à frente em rendimento per capita. Citando Miguel Torga: “que povo é este! Fazem-lhe tudo, tiram-lhe tudo, negam-lhe tudo e continua a ajoelhar-se quando passa a procissão”
Só nos resta concluir que o grande problema não é circunstancial, é estrutural porque os políticos que governaram a nível nacional e Regiões autónomas, “abrasaram” muito dinheiro e pouco fizeram em prol do país e da população. Têm-se alternado entre esquerda e direita – exceção para a Madeira - porém nenhum foi capaz de explorar as potencialidades do nosso país e trazer prosperidade. Temos uma cambada de corruptos entre os próprios políticos governantes que se sentem impunes porque a lei lhes confere imunidade parlamentar, a única que funciona célere e atempadamente.
Dou-vos apenas um exemplo: o magnata Alon Musk possui uma fortuna avaliada em 251 biliões, a qual daria para comprar alguns países. Mas como isso não bastasse dá-se ao luxo de querer financiar com 40 milhões/ mês a campanha de Donald Trump. Percebem como as fortunas desregradas podem influenciar a ordem mundial? Percebem como pode ser a mola impulsionadora de sangrentas guerras, tráfego de droga, alta corrupção, destruição e miséria? Os políticos estão tão perto de poder acabar com a corrupção e melhorar as condições de vida no Mundo mas ainda não perceberam porque estão obcecados e controlados pelo capitalismo selvagem. Bastava aprovar leis que controlem ou regulem as grandes fortunas que asfixiam impiedosamente as populações e o próprio regime democrático. O Vice Presidente da CE alertou - e bem - no dia internacional da democracia, que esta está muito frágil e requer vigilância constante. Por todos estes malefícios não valeria a pena, p.ex, governos e Grupo dos G20 domar o grande capital? Será que vale a pena permitir fortunas descomunais a uns quantos e os restantes viverem na miséria? Uma coisa eu tenho a certeza, a curto, médio ou longo prazo os governos a nível mundial terão que ter coragem para meter travão à economia desregrada ou seremos todos engolidos por ela.
Não, não me apelidem de pessimista porque isto é uma verdade incontestável que qualquer leitor pode constatar, pois contra factos não há argumentos.
Mais um tsunami de corrupção assolou a Madeira e mais 8 “inocentes” foram apanhados na malha da justiça na operação “ab initio” (desde o princípio) será que o código era referente, desde operação “Cuba”? Ou seja,: tudo em águas de bacalhau? Novo show off do Ministério Público.