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Homem destrói propositadamente obra de Ai Weiwei em exposição em Itália

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Foto Instagram @aiww

Um homem destruiu, de forma propositada, uma obra de Ai Weiwei na inauguração de uma exposição do artista chinês, "Who am I?", em Bolonha, Itália, tendo já sido detido.

De acordo com órgãos de comunicação social italianos, a obra "Porcelain Cube" -- um cubo vazio em cerâmica com cerca de um metro - foi destruída por um homem, de 57 anos, Vaclav Pisvejc, que já era conhecido das autoridades por outros atos de vandalismo contra artistas e obras de arte.

Na conta de Ai Weiwei na rede social Instagram foi partilhado um vídeo captado pelas câmaras de videovigilância do Palazzo Fava, onde está patente a mostra, no qual se vê um homem a empurrar "Porcelain Cube", partindo a obra e segurando depois um pedaço da mesma sobre a cabeça.

O diário Corriere della Sera relata que o homem foi "imediatamente bloqueado" pelos seguranças do Palazzo Fava e entregue depois à polícia, tendo ficado detido e acusado de "destruir, deteriorar, desfigurar, sujar e usar ilicitamente bens culturais ou paisagísticos".

No lugar da obra foi entretanto colocada uma impressão de "Porcelain Cube" em tamanho real.

Há seis anos, Vaclav Pisvejc tinha agredido em Florença Marina Abramovic, enfiando-lhe um quadro na cabeça, embora sem consequências físicas para a artista. Ainda de acordo com o Corriere della Sera, no ano passado, também em Florença, Vaclav Pisvejc subiu nu À estátua de Hércules e Caco, com a palavra 'censurado' escrita no corpo.

Nascido em Pequim, na China, em 1957, Ai Weiwei tem desenvolvido o seu trabalho em instalação escultórica, cinema, fotografia, cerâmica, pintura, escrita e já expôs em instituições e bienais em todo o mundo.

O artista viveu fora da China durante 12 anos, nos Estados Unidos da América, na década de 80 do século passado, tendo regressado ao seu país natal durante 20 anos, mas está também exilado desde 2015.

Nome maior da arte nas últimas décadas chegou a fazer parte da equipa que concebeu o chamado estádio Ninho de Águia, em Pequim, mas tornou-se num forte crítico do regime chinês, em particular na sequência do terramoto que atingiu Sichuan, em 2008.

Nos últimos anos, radicou-se no Alentejo.

Em 2023, recebeu o grau de doutor 'honoris causa' pela Universidade de Évora, que o distinguiu por ser "uma das figuras culturais mais destacadas da sua geração, e um símbolo da liberdade de expressão tanto na China como internacionalmente", sublinhou a instituição, na altura.