Como alguém preocupado com as questões de liberdade e democracia, sinto-me na obrigação de expressar o meu descontentamento com a recente atitude da Iniciativa Liberal no Parlamento Europeu. A saída estratégica dos seus deputados durante a votação do reconhecimento de Edmundo González Urrutia como presidente legítimo da Venezuela é inaceitável. Este comportamento foi uma verdadeira desilusão e uma vergonha para um partido que deveria defender os princípios que apregoa. Parece que a Iniciativa Liberal recusou-se a votar ao lado do Chega, um partido que, embora controverso, é claramente opositor ao regime socialista de Nicolás Maduro. Esta atitude demonstra que preferiram proteger-se de possíveis críticas, em vez de tomarem uma posição firme a favor de um povo que sofre sob uma ditadura há tanto tempo. O mais espantoso é que este é o mesmo partido que na Madeira colocou uma faixa na Cancela a pedir por uma “Venezuela Libre”, mas, quando chegou a hora de realmente fazer a diferença, optaram pela hipocrisia e por não se comprometer. Estão a falhar com os venezuelanos e os luso-descendentes que esperam uma ação concreta para pôr fim a uma das piores ditaduras da atualidade. É igualmente preocupante que alguns deputados do Partido Socialista tenham votado contra esta resolução, deixando-me com dúvidas sobre se compreendem verdadeiramente a gravidade da situação na Venezuela. Deixo aqui o meu apelo para que os deputados João Cotrim Figueiredo e Ana Vasconcelos, da Iniciativa Liberal, expliquem aos eleitores por que razão não votaram a favor do reconhecimento de Edmundo González Urrutia como presidente legítimo da Venezuela.

Alberto Teixeira