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Operação Ab Initio Madeira

Arguidos detidos chegam ao Tribunal para aquele que pode ser o derradeiro dia

Reviravolta na estratégia da defesa vai permitir acelerar a fase do primeiro interrogatório judicial

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Arguidos deverão optar por ficar calados durante o interrogatório

Os oito arguidos detidos no âmbito da operação ‘Ab Initio’ deram entrada há instantes no Juízo de Instrução Criminal do Funchal, no Palácio da Justiça, para aquele que poderá ser o dia em que ficarão a conhecer as medidas de coacção.

Conforme o DIÁRIO noticiou ontem, a estratégia da defesa dos suspeitos mudou completamente na tarde de ontem, sendo que os arguidos deverão optar pelo silêncio durante o primeiro interrogatório judicial.

A greve dos oficiais de justiça agendada para as sextas-feiras poderá ser um revés na perspectiva dos advogados, que prevê que ainda hoje a juíza possa decidir o futuro dos arguidos.

No âmbito da operação 'AB INITIO' (em português ‘desde o início’) foram detidos em condição de arguidos o presidente da Câmara Municipal da Calheta, Carlos Teles, o ex-secretário regional da Agricultura, Humberto Vasconcelos, o ex-director regional da Agricultura, Paulo Santos, o presidente do IASaúde, Bruno Freitas, os empresários Humberto Drumond e Miguel Nóbrega, e ainda duas funcionárias da Secretaria Regional da Agricultura, Daniela Rodrigues e Cecília Aguiar.

Em causa estão suspeitas da prática dos crimes de participação económica em negócio, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, prevaricação e financiamento proibido de partidos políticos. Segundo a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, a investigação levada a cabo pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção e pelo Departamento de Investigação Criminal da Madeira averigua “adjudicações efectuadas por entidades públicas regionais, através dos seus representantes, titulares de cargos políticos e funcionários, a sociedades controladas por um único indivíduo, bem como, com outras empresas geridas por pessoas com quem o mesmo tem relações de amizade, em violação das regras dos concursos públicos”.

Sob investigação estão, pelo menos, 25 procedimentos concursais realizados entre 2020 e 2024, num montante total, sem IVA, superior a um milhão de euros.