Responsável dos Correios dos EUA diz-se frustrado com críticas sobre boletins de votos
O chefe dos Correios dos Estados Unidos expressou na quinta-feira frustração com as críticas contínuas de autoridades eleitorais sobre a forma como está a lidar com a questão dos boletins de voto, quando se aproxima as presidenciais em novembro.
Louis DeJoy, chefe-geral dos Correios norte-americanos, disse aos jornalistas que algumas autoridades eleitorais não compreendem os seus esforços, que tem como objetivo entregar os boletins de voto a tempo de serem contados.
O responsável afirmou que o serviço irá recolher e entregar os boletins de voto enviados pelos correios com maior frequência nos dias anteriores às eleições presidenciais de 05 de novembro e manterá os centros de processamento abertos no domingo anterior ao dia das eleições.
Os Correios, disse, vão tomar medidas extraordinárias para "resgatar" os boletins de voto que são enviados com atraso e que correm o risco de perder os prazos estaduais para serem recebidos pelos gabinetes eleitorais.
As autoridades eleitorais dizem, há semanas, estarem preocupadas com a prontidão dos Correios. Citaram os boletins de voto que chegaram atrasados ou sem os carimbos exigidos por algumas leis estaduais durante a época das eleições primárias.
"Estamos envolvidos em esforços heroicos com o objetivo de vencer o relógio", disse DeJoy aos jornalistas durante uma conferência de imprensa virtual.
"Estes esforços são concebidos para serem utilizados apenas quando o risco de desvio dos nossos processos padrão for necessário para compensar o facto de a cédula ter sido enviada tão perto do prazo do Estado", acrescentou.
DeJoy e as autoridades eleitorais estaduais e locais concordam numa coisa: estão a pedir aos eleitores que queiram os boletins de voto pelos correios que os devolvam o mais cedo possível e pelo menos sete dias antes do prazo final estabelecido pelo seu Estado.
DeJoy também incentivou os eleitores a irem aos balcões dos correios para carimbar os seus boletins de voto.
Em 2020, em plena pandemia do coronavírus, as autoridades eleitorais reportaram o envio de pouco mais de 69 milhões de votos pelo correio, um aumento substancial em relação a quatro anos antes.
Embora os números este ano possam ser mais baixos, muitos eleitores adotaram o voto por correspondência e passaram a confiar nele.
Entretanto, a Associação Nacional de Diretores Eleitorais Estaduais e outras entidades disseram a DeJoy numa carta, enviada na semana passada, que o serviço postal não tinha resolvido problemas persistentes que poderiam privar alguns eleitores do voto pelos correios.