A lei eleitoral

À exceção do CDS, os outros partidos que não pertencem ao Governo devem estar a dormir. O PSD preparava uma golpada para antidemocraticamente se manter no poder, transformando os seus 36 por cento de votos em, pelo menos, 50 por cento dos deputados do Parlamento regional e as oposições nada diziam, entretidas que andam a ver quem pega mais fogo político nos incêndios. Ainda bem que o CDS alertou, provocou tensão com o PSD e trouxe atrás de si os restantes partidos.

Toda a gente sabe que este argumento do regresso à eleição de deputados pelos concelhos é falacioso e não passa de engenharia eleitoral para regressar às maiorias absolutas de um só partido. Os Municípios estão todos representados na Assembleia Legislativa porque os partidos é bem têm a preocupação de candidatar cidadãos dos vários concelhos, tendo em conta a votação que têm nessas localidades. O antigo líder do PSD, Alberto João Jardim, também veio corroborar a opinião do CDS, classificando mesmo a proposta de “fraude”. Isto é um partido com pouco mais de um terço dos votos poderia ter mais de metade dos deputados. Em linguagem futebolística, ganhava na secretaria o que tinha perdido no campo. Bem haja ao CDS que, apesar de ter um entendimento parlamentar com o pára-quedas ganhou as eleições para dar estabilidade política à Madeira, aprovando o Programa de Governo e o Orçamento, não transigiu na defesa dos princípios democráticos. Isto sim, é sentido de responsabilidade.

Maria Pereira