Turismo (último)

O excesso de turistas, nos percursos a pé, que na sua maioria são estreitos, ainda que

com protecção de cabos de aço, em grande parte do seu trajeto, aumenta a probabilidade de acontecerem acidentes, que podem ser fatais, logo há um risco

acrescido de segurança, o que será percepcionado pelos turistas que percorrem esses percursos, sendo este, um atributo critico para a reputação do destino.

As situações descritas são opostas aos atributos que fazem parte do constructo da imagem do destino, o que para o turista será dissonante, porque contradiz os critérios, que foram fundamento da sua decisão de escolha do destino, gerará insatisfação e,

possivelmente, a não recomendação do mesmo.

José Rio Fernandes, investigador, geógrafo e presidente da Associação Portuguesa de

Geógrafos, considera que “durante demasiado tempo, houve um deslumbramento pelo

turismo em Portugal. Olhava-se para o turismo como a resolução de todos os nossos

problemas.”

“Não se tem estado atento à hipervalorização do imobiliário, à dificuldade do alojamento, a alguns efeitos na circulação pedonal. Os restaurantes passaram a ser espaços de consumo quase só de estrangeiros. O residente da cidade sente-se como se

estivesse num outro país. Isto leva a uma perda de carácter, de identidade das pessoas

com os seus lugares, um desenraizamento, um sentimento de afastamento. Por sua

vez, isso leva a conflitos entre residentes e turistas.” (Público, 03 Ago.)

O governo da Noruega pretendia realizar uma campanha de marketing cujo objectivo era atrair turistas para os seus espaços naturais, mas que, posteriormente, foi cancelado, por receio de atrair turismo massivo que poderia destruir o seu ambiente natural. (The Guardian, 02 Set.)

O nosso destino turístico, mês após mês, os indicadores, de entradas de turistas, dormidas e proveitos, têm revelado o aumento continuo do fluxo de turistas.

A sustentabilidade necessita da integração das três dimensões do desenvolvimento sustentável: econômica, social e ambiental.

A estratégia para a sustentabilidade do destino turístico tem de fazer parte da comunicação, porque esta, dirige-se a públicos alvo, é selectiva, posiciona o produto/serviço.

O seguinte exemplo, que o Presidente do Conselho da Indústria do Turismo Australiano, Evan Hall, disse:

“A indústria do turismo está empenhada em reduzir as nossas emissões em 43% até 2030 e atingir zero emissões líquidas até 2050.

“A próxima geração de visitantes da Austrália procura experiências turísticas de baixas emissões, acessíveis e sustentáveis no ambiente natural e cultural único da Austrália.”

“As empresas de turismo têm agora uma ferramenta para as ajudar a estimar e reduzir as emissões ao longo de um plano de 5 anos, o que significa que estas empresas podem atrair visitantes que valorizam o turismo sustentável, fornecendo informações precisas sobre as suas próprias medidas para reduzir os resíduos e as emissões de carbono.” (site do Governo Australiano)

No próximo dia 27, assinala-se, mais um Dia Mundia do Turismo, que a sustentabilidade, o futuro, estejam presentes na reflexão e nos fundamentos da decisão...

João Freitas