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Tensões Geopolíticas em Taiwan

Taiwan desempenha um papel crucial no comércio internacional, devido à sua liderança na indústria dos semicondutores e à sua posição geográfica, uma vez que uma crise no Estreito de Taiwan comprometeria as rotas de navegação, ameaçando o comércio marítimo.

A República Popular da China tem apoiado a unificação pacífica. Contudo, o aumento da capacidade militar do exército chinês, suscita receio de uma eventual anexação militar da ilha. Neste sentido, para a China Continental, Taiwan é considerada como parte dos seus interesses centrais. Como as disputas territoriais são difíceis de resolver e envolvem um jogo de soma nula, nenhum Estado está disposto a perder território. Nesse sentido, o Parlamento chinês aprovou a lei anti-secessão em 2005, estabelecendo a sua resposta perante uma eventual declaração de independência de Taiwan. Além disso, a China Continental estabelece que qualquer Estado que pretenda estabelecer relações diplomáticas deverá reconhecer o princípio de uma só China. Embora exista uma interdependência económica entre ambas as partes, o facto de terem sistemas políticos diferentes tem dificultado a tão desejada unificação pela China Continental.

Os EUA, por seu turno, são obrigados pela lei do Congresso de 1979 a fornecer apoio militar a Taipei e a garantir a paz no Estreito de Taiwan. Além disso, os EUA aplicam o princípio da ambiguidade estratégica, suscitando dúvidas tanto em Taipé como em Beijing, o que evita tanto um ataque militar chinês, como qualquer declaração de independência de Taiwan. É importante destacar a presença dos EUA na primeira cadeia de ilhas. Na eventualidade de uma unificação forçada de Taiwan, tal deslocaria os EUA para a segunda cadeia de ilhas, acentuando o grau de influência da China Continental no Indo-Pacífico.

O aumento da capacidade militar chinesa gera preocupação em Washington, mas também noutros seus aliados. A Austrália, o Reino Unido e os EUA fazem parte do pacto AUKUS, uma aliança militar estratégica para contrariar a influência chinesa no Indo-Pacífico. Já o Japão apoia abertamente Taiwan, tendo aumentado a sua despesa em defesa e sendo membro do Diálogo de Segurança Quadrilateral, que inclui também a Austrália, a Índia e os EUA. Portanto, o principal objetivo dos EUA é criar uma coligação de aliados que seja suficientemente forte para dissuadir a China Continental de efetuar uma intervenção militar contra Taiwan. É difícil pensar que os EUA pudessem abandonar Taiwan à sua sorte, uma vez que isso comprometeria a sua credibilidade aos olhos dos seus aliados e implicaria a substituição da Pax Americana pela Pax Sínica no Indo-Pacífico.