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Netanyahu pede perdão a famílias de reféns israelitas mortos

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Foto EPA

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pediu hoje perdão às famílias de seis reféns encontrados mortos na Faixa de Gaza e sepultados em Israel nos últimos dias.

"Peço perdão por não os ter trazido de volta vivos. Estivemos perto, mas não tivemos sucesso", afirmou Netanyahu numa rara conferência de imprensa, dirigindo-se às famílias dos reféns que estavam em posse do movimento islamita palestiniano Hamas desde 07 de outubro de 2023.

O chefe do Governo israelita acrescentou que o Hamas "pagará um preço muito alto", num momento em que as negociações entre as duas partes em conflito, mediadas por Egito, Qatar e Estados Unidos, se mantêm num impasse.

Segundo Netanyahu, os seis reféns encontrados mortos num túnel na Faixa de Gaza foram executados pelo Hamas com um tiro na nuca.

"Estes assassinos executaram seis dos nossos reféns, disparando-lhes na nuca", relatou, após o Ministério da Saúde israelita ter indicado no domingo que tinham sido mortos "à queima-roupa".

O Corredor de Filadéfia constitui um ponto de bloqueio nas negociações para um acordo de cessar-fogo associado à libertação de reféns em posse do Hamas.

"O controlo do Corredor de Filadélfia garante que os reféns não serão contrabandeados para fora de Gaza", afirmou Netanyahu, que argumentou que o controlo deste eixo é uma "questão existencial" para Israel.

Para o líder israelita, o assassínio de reféns não ocorre por causa da sua decisão sobre este corredor, "mas por causa do próprio Hamas".

No funeral do refém israelo-americano Hersh Goldberg-Polin, o Presidente israelita, Isaac Herzog, também pediu desculpa por não o ter trazido vivo para o seu país e, tal como o pai do jovem, pediu a devolução imediata das pessoas que continuam em cativeiro na Faixa de Gaza.

"Hersh, peço desculpa em nome do Estado de Israel por não o ter devolvido em segurança, por não o ter protegido", disse Herzog num discurso que proferiu aos participantes em hebraico e inglês.

Ao longo de uma greve geral convocada para hoje, familiares de reféns de cidadãos bloquearam estradas e cruzamentos de forma intermitente, em protesto contra a ausência de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, mantendo a pressão sobre Netanyahu, a par de alguns dos seus principais aliados.

O Governo dos Estados Unidos insiste na necessidade de um acordo e deverá apresentar um plano de cessar-fogo final a Israel e ao Hamas nas próximas semanas, segundo meios de comunicação como o Washington Post.

Se as duas partes não aceitarem o novo acordo, que teria sido desenvolvido em conjunto com mediadores do Egito e do Qatar, segundo um alto funcionário da administração norte-americana ao Washington Post, isso poderá marcar o fim das negociações com a participação dos Estados Unidos.

Questionado sobre esta informação hoje de manhã na Casa Branca, o Presidente norte-americano, Joe Biden, apenas comentou: "Estamos perto de um acordo para libertar os reféns, mas não creio que Netanyahu esteja a fazer o suficiente".

O conflito foi desencadeado por um ataque do Hamas em 07 de outubro no sul de Israel, onde deixou cerca de 1.200 mortos e levou acima de 200 reféns.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, além de ter desestabilizado todo o Médio Oriente.