Castro Daire parou para se despedir de militar da GNR falecido no Douro
Centenas de pessoas, entre populares, militares da GNR e bombeiros, aglomeraram-se hoje no adro da igreja matriz de Castro Daire para participarem, nas cerimónias fúnebres da quinta vítima da queda do helicóptero no Douro na sexta-feira.
A igreja matriz de Castro Daire foi pequena para acolher, além de familiares e amigos, do Presidente da República e do primeiro-ministro, centenas de outras pessoas que quiseram marcar presença na despedida do quinto e último militar que morreu na queda do helicóptero no rio Douro na última sexta-feira e cujo corpo foi encontrado na tarde de sábado.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, chegaram à igreja de Castro Daire ao mesmo tempo, pelas 15:55, acompanhados pelo presidente da Câmara Municipal de Castro Daire, Paulo Almeida, e restante executivo municipal, assim como pelo presidente da Câmara de Lamego, Francisco Lopes.
A cerimónia religiosa, que começou às 16:00, foi presidida pelo patriarca de Lisboa e bispo das Forças Armadas, Rui Valério, e concelebrada pelo bispo de Lamego, António Couto, e contou ainda com a presença de outros sacerdotes.
Quase uma hora antes da hora marcada começaram a chegar autoridades civis e militares, como o comandante da Autoridade Nacional da Proteção Civil, André Fernandes.
Também os comandantes sub-regionais do Douro, Miguel Fonseca, e de Viseu Dão Lafões, Miguel Ângelo David, assim como diversos comandantes de bombeiros da região e o comandante do Comando Territorial de Viseu da GNR, tenente-coronel Adriano Resende, marcaram presença.
O comandante-geral da GNR, tenente-coronel Rui Ribeiro Veloso, chegou meia hora antes, com a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e os secretários de Estado da Proteção Civil, Paulo Simões Ribeiro, e das Florestas, Rui Ladeira, e ainda deputados da nação e autarcas da região.
Pelas 17:15, teve início o cortejo fúnebre, que passou por um corredor de militares do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR, que bateram a continência, perante um cenário de um silêncio profundo. As palmas surgiram pouco antes da salva de tiros.
Ao longo dos cerca de 30 metros, entre a igreja e o cemitério, o cortejo decorreu envolto em fumo verde lançado por colegas deste militar da GNR que com ele jogavam futsal na Associação Cultural, Desportiva e Recreativa (ACDR) de Lamelas, Castro Daire -- ele "era um sportinguista convicto", sublinhou um dos atletas à agência Lusa.
As mais altas figuras do Estado, entidades civis e militares, seguiam no final do cortejo e permaneceram dentro do cemitério até ao final, saíram já depois das entidades religiosas, acompanhados pelos autarcas de Castro Daire e Lamego.
Os outros quatro militares da GNR igualmente falecidos na sequência da queda do helicóptero ao Douro tiveram as cerimónias fúnebres este domingo na cidade de Lamego e em Sande, freguesia deste concelho, e ainda em Vila da Rua, Moimenta da Beira, também no distrito de Viseu.
O helicóptero de combate a incêndios florestais caiu no rio Douro na sexta-feira, próximo da localidade de Samodães, Lamego, transportando um piloto e uma equipa de cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS).
A equipa helitransportada regressava ao Centro de Meios Aéreos (CMA) de Armamar, onde estava sediada, vindos de um fogo no concelho de Baião.
O piloto da aeronave foi resgatado com vida, apenas com ferimentos ligeiros.
Ainda na sexta-feira foram localizados os corpos de quatro militares da GNR. O quinto foi localizado no sábado à tarde, depois de intensas buscas no local.
As causas do acidente ainda não são conhecidas.
O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), organismo do Estado Português, tem uma equipa no terreno e que está a investigar o acidente.