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Condições de trabalho dos polícias com impacto na vida familiar

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Um inquérito do Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP/PSP) a familiares de elementos da PSP e GNR aponta que salários baixos ou horários por turnos contribuem para impactos negativos na vida familiar, incluindo divórcios.

Os resultados do inquérito a 4.115 familiares de elementos destas forças de segurança, maioritariamente companheiros e cônjuges, mas também filhos e ex-companheiros, e que decorreu no mês de agosto, mostram que a quase totalidade dos inquiridos (98,8%) aponta os baixos salários como principal fator a influenciar negativamente a vida familiar.

Seguem-se os horários por turnos (95,4%), as dinâmicas da profissão (94,6%), a distância entre o local de serviço e a família (92,5%).

Entre as 4.115 respostas ao inquérito há uma proporção de 23,4% de casos de divórcio e separação relatados.

A profissão de polícia é também apontada como fator gerador de 'stress' para os familiares, que, por seu lado, identificam a profissão como causa de alterações negativas no comportamento dos polícias ao longo dos anos, com impacto no seu humor e nos seus níveis de felicidade, nervosismo, ansiedade e stress.

Já o impacto da profissão nos filhos dos elementos das forças de segurança sente-se, por exemplo, ao nível do rendimento escolar e na perceção de uma maior ausência nas responsabilidades parentais.

"Os companheiros/as e filhos/as de polícias por norma percecionam e/ou vivenciam situações de violências e atropelos inerentes à profissão de risco deste seu familiar", lê-se na contextualização do inquérito.

O texto faz referência às "ocorrências vivenciadas" pelos elementos das forças de segurança, às "enfermidades várias que sofrem decorrentes do serviço", bem como às "medíocres condições profissionais, económicas e sociais disponibilizadas pela tutela.

As suas ausências em momentos e horários diferentes da maioria da sociedade e a distância geográfica a que vivem durante anos e que alteram o funcionamento e rotinas familiares, bem como as agressões e o "falecimento em serviço ou por causa dele (acidentes, assassinatos ou suicídios)", são outros problemas apontados.

O texto acrescenta que "estas vivências podem causar impactos negativos em várias dimensões da sua vida, seja num panorama pessoal ou familiar".