CH acusa banca de "egoísmo e exploração"
"A banca portuguesa não é gerida com o objetivo de apoiar as famílias, os jovens, os empresários e os trabalhadores, nem com o propósito de alavancar a economia", diz o deputado madeirense do Chega (CH) na Assembleia da República, Francisco Gomes, que acredita que, pelo contrário, "os principais bancos a operar em Portugal são movidos por interesses egoístas e, muitas vezes, contrários ao Bem Comum".
O tema surge "na sequência da anunciada venda de parte do capital do Novo Banco pela Lone Star, o fundo de investimento norte-americano que, em 2017, adquiriu cerca de 75% do Novo Banco por mil milhões de euros. A venda, que poderá ter lugar já em 2025, deverá render à Lone Star até cinco mil milhões de euros, ou seja, cinco vezes mais do que o valor que pagou pelo banco há cerca de oito anos", informa o partido em nota de imprensa.
"A banca portuguesa está enclausurada no seu próprio egoísmo, continuando a priorizar lucros obscenos e o enriquecimento de uma elite, enquanto o cidadão comum sofre com taxas abusivas, crédito restrito e comissões sem sentido", salienta Francisco Gomes. "Está à vista de todos a ganância de um sector que se tornou mestre na arte de explorar os trabalhadores, alimentar desigualdades, engordar os bolsos dos acionistas e desdenhar a justiça social".
No caso específico do Novo Banco, o deputado do CH "aponta que a gestão que tem vindo a ser feita pelos líderes daquela instituição não tem salvaguardado o interesse público". Francisco Gomes sustenta este argumento apontando para o facto de que, "desde a resolução do antigo Banco Espírito Santo, o Novo Banco, seu herdeiro, já recebeu mais de 8,3 mil milhões em ajudas de Estado, algo que, a seu ver, tem, por um lado, agravado o défice orçamental e, por outro lado, potenciado o enriquecimento da uma elite à custa do empobrecimento generalizado da população", acusa.
"Só o Novo Banco representa mais de 40% da despesa do Estado com a banca e, até em 2021, quando o banco registou um lucro de 185 milhões, a instituição foi buscar mais 209 milhões ao bolso dos portugueses", recorda. "Tais atitudes, são o retrato da desfaçatez de um baco que, sem pudor, privatiza os lucros, mas obriga os cidadãos a pagar os prejuízos".
Francisco Gomes conclui, acusando "o governo da República, bem como o PS e o PSD, de falta de coragem na relação com a banca. A seu ver, os dois partidos que têm dominado a governação nacional estão mais interessados em estar nas boas graças dos que comandam as redes de interesse do que em servir a Causa Pública". E reforça: "Os governos do PS e do PSD que têm liderado o país têm demonstrado, com sua subserviência à banca, uma conivência covarde com as redes financeiras de interesse que, há décadas, asfixiam e empobrecem os portugueses de bem, que trabalham de sol a sol, enquanto se ajoelham diante dos poderosos e sacrificam a população em nome de privilégios obscuros. Isto é vergonhoso e inaceitável!"