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Lucro da Vista Alegre, que tem CR7 como sócio, cai 15% para 3,9 ME

O jogador natural do Funchal tem 10% do grupo de porcelanas português, terá comprado 30% da subsidiária espanhola e deverá expandir o negócio para o Oriente

Foto oneclickportugal / Shutterstock.com
Foto oneclickportugal / Shutterstock.com

O grupo Vista Alegre registou um lucro de 3,9 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, uma quebra de 15% face ao mesmo período de 2023, anunciou hoje a empresa.

Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Vista Alegre reporta que o volume de negócios atingiu os 64 milhões de euros até junho, uma "ligeira diminuição" de 0,4% em termos homólogos "em virtude do decréscimo de produção e vendas de produtos 'private label'".

De acordo com o grupo, o crescimento dos produtos de marca de porcelana e cristal da Vista Alegre e faiança artística Bordallo Pinheiro "manteve a evolução favorável no 'mix' de vendas, contribuindo para a melhoria do EBITDA [resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações] face ao período homólogo".

No período, este indicador atingiu os 14,8 milhões de euros, um crescimento de 0,5% face ao período homólogo, tendo-se a margem EBITDA situado nos 23,1%, uma melhoria de 0,2 pontos percentuais face ao primeiro semestre de 2023.

De janeiro a junho, o resultado operacional registou um decréscimo de 4,6% relativamente ao período homólogo, situando-se nos 8,1 milhões de euros.

"Devido aos recentes investimentos realizados pelas empresas da Vista Alegre, as amortizações tiveram um aumento de 0,6 milhões de euros que impactou negativamente o resultado operacional", explica.

A Vista Alegre Atlantis (VAA) dá conta de uma "evolução favorável no retalho (físico e 'online'), a nível nacional e internacional", dos produtos marca Vista Alegre e Bordallo Pinheiro, que cresceram 2,0%, salientando ainda "o crescimento do 'private label' no segmento do Grés de 8,7% face ao primeiro semestre do anterior".

Como resultado, e "dando continuidade à estratégia do grupo", foi consolidada a posição em mercados como os EUA, com um crescimento de 38,9%, e a marca expandiu-se para novos mercados como República Checa, Noruega e Emirados Árabes Unidos.

Por segmentos de mercado, a VAA destaca o crescimento homólogo de 15,9% das receitas na faiança, enquanto na porcelana e complementares houve uma redução na venda de produtos de 'private label' e no canal horeca (hotelaria e restauração), que se traduziu numa quebra homóloga de 11,7% do volume de vendas neste segmento.

No primeiro semestre, o mercado externo representou 74,1% do volume de negócios da Vista Alegre, com 47,2 milhões de euros de vendas, destacando-se os contributos da Alemanha, França, Espanha e Itália, na Europa, e dos EUA e Brasil.

No período, a Vista Alegre realizou um investimento de 7,2 milhões de euros, "maioritariamente direcionado para a descarbonização", de forma a "alcançar uma maior sustentabilidade nos processos produtivos e redução da pegada carbónica das fábricas do grupo".

A divida líquida consolidada aumentou 1,956 milhões de euros face ao final de 2023, para 73,77 milhões de euros, devido ao "semestre mais exigente em termos de necessidade de fundo de maneio". No entanto, a empresa nota que o rácio de dívida líquida sobre EBITDA "manteve-se estável".

Em maio de 2024, a VAA colocou 60 milhões em dívida em obrigacionista a cinco anos junto de mais de 2.000 investidores particulares nacionais de retalho, a primeira operação da empresa dirigida a este tipo de investidores.

"Com o resultado desta emissão obrigacionista, a VAA irá reembolsar (em outubro de 2024) a emissão obrigacionista lançada em 2019 -- VAA Fixed Rate Guaranteed Senior Secured Notes 2019-2024 Class A (colocada junto de investidores institucionais) --, bem como permitirá financiar os investimentos previstos para a sua atividade", refere.

Para "otimizar estes recursos adicionais", acrescenta, foram ainda realizadas "algumas aplicações financeiras".