DNOTICIAS.PT
Madeira

Arguido da rede de droga diz que gastava cerca de 150 euros por mês em 'bloom' mas não vendia

Versão do arguido não convence colectivo de juizes

None
Foto ASPRESS

Ao terceiro dia de julgamento de uma das maiores redes de tráfico de droga associada a carros de luxo o colectivo de juízes presidido por Joana Dias continuou a ouvir o arguido que estava ontem a ser interrogado e que admitiu o envolvimento no caso, confessando ter comprado droga a um dos outros arguidos envolvidos no processo.

Contudo, apesar de ter sido confrontado com conversas telefónicas gravadas continuou a negar que tenha lucrado com o negócio, dizendo que foi apenas intermediário no dia em que ficou sem meio quilo de 'bloom'.

"Disse ao telefone que tinha perdido 10 mil euros (dele) e que precisava de recomeçar. Mas o dinheiro não era meu", explicou, garantindo que apenas estava a fazer um favor ao transportar a droga nesse dia.

Questionado sobre se apresentou queixa às autoridades quando recebeu uma carta a ameaçá-lo no Estabelecimento Prisional do Funchal, o arguido admitiu que não.

Outro dos interrogados, que desempenhava funções de pedreiro na altura dos factos, disse à juíza que era consumidor de droga desde muito novo, tendo começado no haxixe, depois na heroína e nos últimos quatro anos no 'bloom', revelando ter comprado produto estupefaciente ao arguido ouvido anteriormente.

"Estou a ser acusado de um crime de tráfico agravado, mas eu era apenas consumidor", disse, explicando que posteriormente foi de baixa e começou a comprar 2/3 gramas por semana ao outro arguido. Alegou ainda que quando não tinha dinheiro "ele fiava na hora" e depois pagava-lhe quando tinha o valor.

Confrontado com conversas telefónicas que davam a entender que era vendedor, o arguido continuou a negar os factos, referindo ainda que "muitas vezes fazia de táxi para transportar o 'bloom', mas não vendida. Eles pagavam em produto". Revelou ao colectivo de juízes que gastava cerca de 150 euros por mês em 'bloom', mas apenas para consumo e confirmou ainda outra conversa gravada com o anterior arguido, onde revelou que engoliu uma grama de 'bloom' para não ser apanhado pela polícia.

Acabaria sempre por contar ao anterior arguido as vezes que era abordado pela PSP porque, "era um amigo", acrescentou.

Confrontado sobre o facto de ter sido apanhado com uma balança de precisão no carro, alegou que "era apenas para não ser enganado quando comprava o produto estupefaciente". Uma versão que não convenceu as juízas.

Na parte da tarde de hoje deverão ser ouvidos outros arguidos, às 14h15.

Tal como foi noticiado, o principal suspeito é um homem com cerca de 40 anos. É acusado de usar stands de automóveis para branquear verbas provenientes de venda de droga, através de carros de luxo.