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Brasil antecipa campanha e diz esperar verão com menos mortes por dengue

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O Presidente brasileiro, Lula da Silva, disse hoje, durante o anúncio de um plano anual para combater a dengue no Brasil, que o próximo verão pode ser o de menor registo da doença na história do país.

"Se Deus ajudar, a gente quer ter o verão com menos dengue na história desse país", disse Lula da Silva numa cerimónia, no Palácio do Planalto, que lançou a nova campanha contra a dengue, que provocou 6,5 milhões de infeções e 5.360 mortes no país sul-americano apenas em 2024.

"Todo verão nós somos vitimados pelo crescimento da dengue e de outras doenças. E, dessa vez, com a questão climática evoluindo para que o planeta fique mais aquecido, resolvemos antecipar o lançamento da nossa campanha", acrescentou o Presidente, referindo as chuvas previstas para o final de 2024 e início de 2025 (quando se inicia o verão no país).

Cientistas têm apontado que o aumento das chuvas intensas no verão em algumas regiões do Brasil, em consequência do aquecimento global, favorece a reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença e que reaparece com força a cada verão no hemisfério sul.

Segundo informações do Governo brasileiro, o plano lançado hoje foi formulado com ajuda de investigadores e profissionais da área da saúde, e também prevê ações de combate a outras doenças transmitidas por mosquitos como a Chikungunya, Zika e Oropouche.

A campanha, que incluirá desde a compra de vacinas, testes e repelentes até ao reforço da capacidade dos hospitais, exigirá um investimento de 1,5 mil milhões de reais (250 milhões de euros).

A ministra da Saúde do Brasil, Nisia Trindade, afirmou que as ações de prevenção terão início na próxima semana, altura em que os agentes comunitários serão orientados a visitar as residências nas cidades para preparar a população e a rede de saúde antes do verão.

"O Presidente [Lula da Silva] lançou um desafio a todos nós. Os estudos de cenário não apontam, em princípio, aumento de casos [no próximo ano] absolutos em relação ao que vivemos em 2024", disse a ministra ao comentar a expectativa do Presidente brasileiro sobre a queda no número de mortes na próxima temporada.

Nísia Trindade também reforçou a importância de um trabalho conjunto com os estados e municípios para preparar a população e a rede hospitalar.

"A dengue também está relacionada com as condições de saneamento, envolvendo limpeza urbana, condições de moradia, por isso não é apenas uma ação de saúde", concluiu a ministra brasileira.