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Madeira

Número de fogos licenciados em 2023 cresceu 51%

E obras concluídas sobem como não se via há 12 anos

Foto Shutterstock
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Enfrentando uma grande dinâmica, com preços em alta e forte procura, mas também originando uma enorme carência de habitação mais acessível, o sector da construção teve em 2023 (como continua a ter em 2024), um dos melhores anos em décadas, mas seguramente o melhor em 12 anos, no que à construção de edifícios diz respeito, sendo certo que nos licenciamentos de casas (ou seja, para virem a ser construídas ao longo do ano e este ano) o crescimento foi assinalável, 51%.

"De acordo com as estimativas das Obras Concluídas na RAM, em 2023, foram concluídos 472 edifícios - o número mais alto dos últimos 12 anos - representando um aumento de 20,1% relativamente ao ano anterior. Foram estimados 925 fogos concluídos, registando-se uma subida de 13,6% comparativamente a 2022 (814 fogos). No que diz respeito às obras licenciadas, estas ascenderam a 510 edifícios, o mesmo número observado no ano anterior. Foram licenciados 1 311 fogos, +51,0% que em 2022 (868 fogos)", destaca a DREM, numa divulgação feita esta manhã.

De acordo com o Inquérito Anual às Empresas de Construção, "o valor dos trabalhos das empresas de construção cresceu quase 20% em 2022", não havendo ainda dados de 2023, mas é de deduzir que tenham novamente disparado.

Assim, no ano de 2022, o valor dos trabalhos "ascendeu a 769,8 milhões de euros, revelando um crescimento de 19,8% face a 2021", sendo que o maior aumento 21,1% deu-se nas empresas com 20 ou mais pessoas ao serviço (563,3 milhões de euros), face às das empresas com menos de 20 pessoas ao serviço (206,5 milhões de euros; +16,4%). "Considerando todas as empresas independentemente da sua dimensão, foi essencialmente o acréscimo de 24,4% do valor dos trabalhos realizados em Obras de Engenharia Civil (294,0 milhões de euros) que determinou o crescimento global, muito embora o valor dos trabalhos em edifícios (475,8 milhões de euros) também tenha subido de forma expressiva (17,2%)", refere a Direcção Regional de Estatística.

Faz notar a DREM que apesar de terem sido transaccionados menos alojamentos em 2023, foi a um preço mais elevado. Assim, "foram transaccionados 3.299 alojamentos, o que originou uma diminuição de 20,4% face a 2022", evidencia. "O valor dos alojamentos transacionados no ano em referência recuou para os 747,5 milhões de euros, -11,2% que no ano transato", acrescenta.

Contudo, "neste mesmo ano, o valor mediano de avaliação bancária de habitação na RAM fixou-se nos 1.658 euros/m2 - um máximo da série iniciada em 2011 - registando um crescimento de 20,2% em relação a 2022", sendo que no último ano "o preço mediano de alojamentos familiares vendidos na Região foi de 1.889 €/m2, observando um aumento de 20,2% relativamente ao ano anterior. O valor mediano das rendas dos 1.261 novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares celebrados, em 2023, na Região, foi de 8,33 €/m2, valor superior ao do ano anterior (7,35 €/m2)", acrescenta.

Como também seria de esperar, a quantidade e o valor do cimento vendido aumentaram em 2023, uma vez que "as estimativas das vendas de cimento na RAM fixaram-se nas 161.312 toneladas, +2,7% que no ano precedente (157.145 toneladas)" e "o valor do cimento vendido no ano em referência situou-se nos 20,1 milhões de euros, registando um acréscimo de 13,9% comparativamente ao ano anterior (17,6 milhões de euros em 2022)".

Por fim, a DREM aborda a temática sempre premente da Habitação Social, que contava 5.703 fogos na Região em 2023, um crescimento de 3,8% face a 2015), distribuídos por 1,6 mil edifícios. "O número de fogos de habitação social por 100 mil habitantes era de 2.222 (2.159 fogos em 2015), reforçando que "os fogos de habitação social encontravam-se quase exclusivamente ocupados em regime de arrendamento ou subarrendamento (98,5%), estando os restantes 1,5% divididos entre os restantes regimes (vagos, comodatos e ocupados ilegalmente)".

Diz ainda que "o parque de habitação social gerou uma receita de 4.450,3 mil euros, resultante unicamente da cobrança de rendas, já que não ocorreram vendas de fogos. Por outro lado, foi registada uma despesa de 10.828,5 mil euros (94,3% com obras de conservação e reabilitação e 5,7% com encargos fixos)", sendo que apesar de todo este investimento público (governamental e municipal), "a renda média mensal praticada no âmbito da habitação social, em 2023, independentemente do tipo de contrato, foi de 77 euros, tendo aumentado 15 euros (+24,2%) face a 2015", dados esses que há poucas semanas havíamos noticiado.