Marítimo, na senda da vergonha

Ninguém sabe bem o que se passa com a equipa principal de futebol do Marítimo.

Após estar dois ou três anos à beira da descida de divisão, lá veio o dia que aconteceu.

O Marítimo desceu!

No coração (magoado) da sua massa associativa e adepta, nascia, contudo, a esperança de que essa despromoção fosse passageira e que em muito pouco tempo o Marítimo voltasse ao convívio dos “grandes” do qual nunca deveria ter saído.

Tal não aconteceu. A equipa continua a desiludir os adeptos, a desprestigiar e humilhar o clube e, consequentemente, o nome da Madeira.

A culpa certamente não é solteira, mas está difícil descobrir os responsáveis.

O clube já mudou de direção, de treinadores e de alguns jogadores, e o naufrágio continua sem sabermos ao certo quando e onde o “barco” vai encalhar.

O Marítimo deve ser dos poucos clubes no mundo – se não for o único - onde o fator “casa” é o principal “cemitério” de resultados da sua equipa de futebol.

É inacreditável, inadmissível e já começa a ser estranho.

Se a responsabilidade não é dos dirigentes, nem dos treinadores, nem dos preparadores físicos (se bem que, em Portimão, em muitas partes do jogo, os algarvios ao correrem ao lado dos verde-rubros parecia que uns iam de mota e outros a pé) só pode ser dos jogadores em geral ou, pontualmente, de alguns jogadores.

Isso, como é lógico, compete ser averiguado por quem tem esse direito e esse dever. Nos jogos na Madeira até pode ser uma questão psicológica e nesse caso para além do treinador o Marítimo terá de contratar um psicólogo.

Esta onda de resultados e exibições humilhantes não pode continuar. O Marítimo - tal como todos ou quase todos os clubes, e não só, da Região - tem apoios financeiros do Governo, logo tem comparticipação de dinheiros públicos, daí a Madeira ter o direito de exigir algum retorno desses investimentos.

Neste caso em particular e no futebol profissional em geral, o retorno que se exige são bons resultados que prestigiem a Região.

Neste momento – e de alguns anos a esta parte – o Marítimo - e referimo-nos à sua equipa de futebol sénior - infelizmente não está a retribuir em nada a Madeira face àquilo que dela tem recebido.

Nem à Madeira, nem àquela entusiástica massa associativa e adepta que, não só no seu estádio, como em todos os campos do País, onde a equipa joga, tem dado o seu caloroso apoio, tem mostrado a sua paixão ao clube que ama.

Basta. Não enxovalhem mais o clube, não decepcionem mais os seus sócios e adeptos e, futebolisticamente falando, não envergonhem mais a Madeira.

É urgente descobrir se o mal é interno ou externo, cortá-lo pela raiz e recolocar o Marítimo no lugar a que tem direito e esteja mais de acordo com os seus pergaminhos.

Meus amigos, a Madeira é uma terra de turismo, mas para quem a visita, para quem vem cá trabalhar ... é uma terra de trabalho!

Para bom entendedor...

Juvenal Pereira