O Programa Alimentar Mundial (PAM) alertou ontem para as consequências de chuvas torrenciais e inundações em 14 países africanos, incluindo a Guiné-Bissau, tendo como consequências imediatas a fome que afeta já 55 milhões de pessoas.

"è preciso encontrar uma resposta às situações vividas pelas populações em países da África Ocidental e Central, nomeadamente Benim, Camarões, Chade, Costa do Marfim, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, República Centro Africana, Serra Leoa e Togo", alertou o PAM numa nota à imprensa, a que a Lusa teve acesso, a partir dos escritórios daquela agência das Nações Unidas, em Dacar, no Senegal.

Nalguns desses países, realça a organização mundial, vive-se um "nível recorde de fome aguda", que afeta quatro vezes mais pessoas do que há cinco anos.

"Catorze países estão a assistir à subida das águas das cheias, ao desmoronamento de milhares de casas, à destruição de grandes extensões de terrenos agrícolas e à fome que paira no ar", refere ainda o comunicado do PAM.

A organização diz que tem estado a apoiar os Governos destes países na assistência alimentar e nutricional a cerca de um milhão de pessoas em toda a região afetada.

O comunicado cita o caso da comunidade de Maiduguri, na Nigéria, onde o PAM instalou cantinas alimentares em quatro campos, após as inundações terem tomado conta de 50% da cidade.

Na Guiné-Bissau, há cerca de uma semana que a chuva cai diariamente, de forma incessante, alagando as cidades e vias de acesso e causando derrube de árvores. Os campos de cultivo apresentam níveis elevados de água, o que começa a merecer a preocupação dos agricultores.