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Explosões de 'pagers' feriram 14 membros do Hezbollah na Síria

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Foto EPA

Pelo menos 14 membros do movimento xiita libanês Hezbollah na Síria ficaram hoje feridos em resultado de explosões dos seus 'pagers' portáteis, juntando-se a centenas de casos semelhantes ocorridos no Líbano.

A informação das detonações de 'pagers' na Síria, avançada pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que monitoriza o conflito no país, surge no mesmo dia em que milhares de detonações simultâneas provocaram pelo menos nove mortos e cerca de 2.800 feridos no Líbano, 200 dos quais com gravidade.

Uma fonte próxima do Hezbollah confirmou à agência France Presse (AFP) que membros do grupo pró-iraniano destacados na Síria, onde se encontravam em missão de apoio ao regime de Damasco, foram feridos, embora sem especificar o número.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Líbano atribuiu as explosões a um "ciberataque israelita, no qual foi detonado um grande número de 'pagers'", e revelou que está a preparar uma queixa ao Conselho de Segurança da ONU.

"Esta deliberada escalada israelita coincide com as ameaças de expandir a guerra para o Líbano e com a sua postura intransigente, apelando para mais derramamento de sangue, destruição e sabotagem", acusou a diplomacia de Beirute em comunicado.

No mesmo sentido, o Hezbollah afirmou em comunicado que Israel é "inteiramente responsável" por "esta agressão criminosa" e que receberá a sua "justa punição".

"Depois de examinar todos os factos, dados atuais e informações disponíveis sobre o ataque maligno que ocorreu esta tarde, consideramos o inimigo israelita totalmente responsável por esta agressão criminosa que também teve como alvo civis e matou várias pessoas", declarou o Hezbollah no comunicado.

Entre os feridos, encontra-se o embaixador do Irão no Líbano, Mojtaba Amani, de acordo com a televisão estatal de Teerão, mas os seus ferimentos são ligeiros.

Contactadas por várias agências noticiosas internacionais, as autoridades israelitas não se pronunciaram sobre os acontecimentos de hoje no Líbano.

Ainda não é claro como é que os dispositivos utilizados no Líbano foram preparados para explodir.

Um membro do Hezbollah, que falou sob anonimato, disse à Associated Press (AP) que os novos modelos de 'pagers' portáteis utilizados pelo grupo xiita primeiro aqueceram e depois explodiram.

Segundo o ministro das Telecomunicações do Líbano, Johanny Corn, os 'pagers' que explodiram faziam parte de um carregamento que "chegou recentemente" ao país.

Em declarações à imprensa após uma reunião do Conselho de Ministros, o governante indicou que ainda não recolheu informação suficiente sobre o sucedido, mas indicou igualmente que as baterias dos 'pagers' aqueceram e que algumas pessoas conseguiram afastar-se dos aparelhos antes de explodirem.

"Talvez tenham sido ativados remotamente, mas não sabemos como", acrescentou Corn, acrescentando que é mais provável que os 'pagers' tenham sido introduzidos no Líbano para este fim.

As detonações simultâneas ocorreram sobretudo em zonas do sul do país e nos subúrbios de Beirute controlados pelo movimento armado, que está envolvido em intenso fogo cruzado com Israel há mais de onze meses.

Segundo o Ministério da Saúde, a maioria das vítimas sofreu ferimentos "na cara, nas mãos, na barriga e até nos olhos".

Dado o grande número de feridos, o Ministério da Saúde Pública libanês apelou a todos os hospitais das áreas afetadas para ativarem o nível de "alerta máximo" e se prepararem para lidar com uma "necessidade urgente de saúde de emergência".