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Governo venezuelano protesta perante UE contra "contínuas ingerências" de Josep Borrell

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Foto Pedro Rances Mattey / AF

A Venezuela entregou hoje uma nota de protesto à encarregada de negócios da União Europeia em Caracas, Rachel Roumet, contra as "contínuas ingerências" do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, que se referiu ao Governo de Nicolás Maduro como "ditatorial".

O anúncio foi feito pela vice-ministra de Relações para a Europa venezuelana, Coromoto Godoy Calderón, através da rede social X, [antigo Twiter], onde publica uma foto em que a nota de protestos foi entregue.

"A Venezuela é para respeitar. Não toleraremos mais intromissões na nossa pátria, a União Europeia deve atender os seus problemas. Os seus planos contra a nossa democracia fracassaram, como sempre", explica vice-ministra.

Domingo, o Governo venezuelano apelidou o chefe da diplomacia da União Europeia (UE) de "porta-voz do mal", depois de Josep Borrell ter descrito como "ditatorial" e "autoritário" o executivo de Nicolás Maduro.

"Quando falamos no caixote do lixo da história, referimo-nos ao lugar onde Borrell está agora, de entrevista em entrevista, porta-voz do mal, uma retirada da política com as mãos manchadas de sangue, duplamente fracassado nas suas tentativas de prejudicar o povo venezuelano, inventando governos fictícios", escreveu o ministro das Relações Exteriores venezuelano, na rede social Telegram.

Borrell deixa um "legado sombrio" ao transformar a UE numa "instituição decrépita, colonialista e bélica", disse ainda Yván Gil.

A publicação surgiu em reação às declarações do alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Segurança Comum nas quais aludiu à saída do país do líder da oposição maioritária, Edmundo González Urrutia - em Espanha há uma semana, onde pediu asilo - e às "mil limitações" a que estão sujeitos os partidos políticos na Venezuela.

"Como se chama a tudo isto? Bem, naturalmente, isto é um regime ditatorial, autoritário, ditatorial", acusou Borrell, em entrevista à televisão espanhola Telecinco.

Nicolás Maduro foi reeleito nas presidenciais de 28 de julho, que são contestadas pela oposição e por parte da comunidade internacional.

A União Europeia não reconheceu como legítima a vitória de Nicolás Maduro, proclamada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), com 52% dos votos, por não terem sido publicadas as atas que a comprovam.

Simultaneamente, não reconheceu González Urrutia como vencedor das eleições, apesar dos apelos da oposição, que reclama vitória, estimando, com base nos relatórios fornecidos pelos seus escrutinadores, que o candidato tenha obtido mais de 60% dos votos.