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Incêndios Madeira

JPP acusa PS de “caixinha” com o PSD para “empatar” audição parlamentar

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Élvio Sousa diz-se “incrédulo” com um requerimento do Grupo Parlamentar do PS, que deu entrada esta segunda-feira, na Assembleia Legislativa da Madeira, apenas uma hora e meia antes de se iniciar a audição parlamentar requerida pelo JPP e aprovada por unanimidade a 26 de Agosto sobre os incêndios do mês passado.

Os deputados que integram a 5.ª Comissão Especializada de Saúde e Proteção Civil dizem-se estupefactos com o sucedido. Na abertura dos trabalhos, a deputada do PS Sancha Campanella, justificou o requerimento do seu partido, considerando “inútil e desnecessária” a audição parlamentar para ouvir Miguel Albuquerque e o secretário regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, e outras entidades sobre os incêndios. 

“Estou incrédulo com o que se está a passar aqui”, declarou o líder do JPP, acrescentando: “Vem o PS para aqui com uma birra de ciúmes do JPP, isto é inacreditável. O PS está a tentar engonhar e a impedir o esclarecimento da população sobre os incêndios que causaram pânico e alarme nas populações. O que andou o PS a fazer este fim-de-semana com o PSD para vir para aqui com esta caixinha? O povo tem de saber o que se passa aqui, é uma vergonha esta posição do PS".

O PS fundamenta a sua posição com o facto de ter requerido uma Comissão de Inquérito Parlamentar sobre os incêndios e, na sua leitura, há uma sobreposição de matérias sobre o mesmo assunto.

Audição parlamentar "pode estar ferida de ilegalidade", diz Sancha Campanella

Na primeira audição parlamentar no âmbito dos incêndios que, durante 10 dias arrasaram mais de 5 mil hectares de floresta e mato na Madeira, no mês passado, a deputada Sancha Campanella, do Partido Socialista, diz que esta audição parlamentar pode estar "ferida de legalidade", visto o PS ter anunciado o requerimento de uma comissão parlamentar de inquérito para apurar responsabilidades no combate aos incêndios. 

Élvio Sousa considera que “não há qualquer ilegalidade, quanto mais acções existirem para esclarecer o que se passou, melhor”, explica que “a audição não tem nada a ver com a comissão de inquérito e por isso insiste numa “caixinha do PS com o PSD para impedir que a verdade seja esclarecida”.

O requerimento do PS foi colocado à votação, para saber se a audição se ficava apenas pela auscultação do comandante dos bombeiros da Ribeira Brava e Ponta do Sol, presente na sala, ficando sem efeito as audições ao presidente do governo regional, ao secretário regional da Saúde e Proteção Civil e ao presidente da Proteção Civil. PS e PSD votaram a favor, CDS absteve-se. “Uma chapelada administrativa”, considerou Élvio Sousa. “Com esta panelinha, o PS acaba de dar cobertura a Miguel Albuquerque para não vir ao Parlamento.”

O líder do JPP não entende como é que o PS aprovou a realização da audição a 26 de Agosto, não tem qualquer Comissão de Inquérito formada, e vem agora, momento antes do início da reunião “empatar a audição, mas vamos descobrir o que está por detrás deste comportamento incompreensível e inadmissível”, sublinha Élvio Sousa. “Será que esta coligação PS/PSD é um prenúncio do que estão a cozinhar sobre a revisão da lei eleitoral?”, lança o líder do JPP.