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Incêndios Madeira

"Houve resposta a tempo e horas"

Esclarece o comandante Sidónio Pio Fernandes

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O comandante Sidónio Pio, dos Bombeiros Mistos da Ribeira Brava e Ponta Sol, está a ser ouvido esta manhã na audição parlamentar no âmbito dos incêndios que assolaram a Madeira no passado mês de Agosto.

Na primeira ronda de questões, a deputada do PSD Cláudia Perestrelo questionou sobre como o comandante avaliava a resposta inicial do incêndio em termos de recursos e restantes meios. 

Em resposta Sidónio Pio esclarece que decorreu "dentro do que é expectável porque houve resposta a tempo e horas"

Questionado, uma segunda vez, pela deputada social democrata, sobre as lições que tirava destes fogos, aponta que "houve o cuidado de antecipar sempre" para onde ia seguir o incêndio. 

Apontou que o fogo deflagrou efectivamente numa zona de difícil acesso e que foi progredindo "encosta acima".

As equipas desceram até onde foi possível descer Comandante Sidónio Pio

Marta Freitas, do Partido Socialista afirma que estes incêndios "jamais podem ser desvalorizados", realçando que faltam realojar 128 pessoas. 

Questiona sobre quais foram as primeiras intervenções, visto estarem em vigor, na altura, avisos amarelos para ventos fortes nas terras altas. 

O comandante explica que contrariamente ao que acontece em situações de incêndio semelhantes, neste caso foi, numa primeira instância um veículo pesado de combate a incêndio, com capacidade de 3.400 litros.

Insta sobre quais os procedimentos realizados por parte do Serviço Regional de Protecção Civil e sobre a afirmação, na altura, da presidente Junta de Freguesia da Serra de Água, que dava conta da falta de água no local

"Os nossos equipamentos permitem recolher águas dos ribeiros", começa por mencionar o comandante, acrescentando que foram utilizadas motobombas para abastecer os veículos para combater o fogo.

Sobre o facto dos bombeiros estarem aptos para combater incêndios, o comandante dos Bombeiros Mistos da Ribeira Brava e Ponta Sol diz que "todos os bombeiros na RAM não são bombeiros sem fazerem formação obrigatória".

A nossa orografia na zona onde ocorreu o incêndio é "impenetrável", reforçou. 

Élvio Sousa, do Juntos Pelo Povo, interroga se o comandante acompanhou o incêndio desde o primeiro momento, ao que este negou, realçando que acompanhou por volta meia-noite. 

O comandante diz que a sua "equipa teve o comportamento adequado" face ao incêndio. 

Por fim, pergunta se existiram outras situações que tenham dificuldade o combate ao fogo. Sidónio Pio reitera que a orografia e a densidade dificultaram a operação. 

Do CDS, a deputada Sara Madalena, perguntou sobre a opinião dos meios aéreos em orografias como a nossa.

Eu não sou especialista em meios aéreos , mas o meio aéreo é mais um meio de combate.  Comandante Sidónio Pio

A deputada contesta se existiu alguma "descoordenação", ao que o comandante negou.

Miguel Castro, do Chega, instou se os homens que chegaram, numa primeira instância, só fizeram o reconehcimento do local. 

O profissional esclarece que os elementos foram, igualmente, munidos de material sapador.

Nuno Morna, da Iniciativa Liberal, questionou sobre como funciona a coordenação. 

"A coordenação é permanente", começou por referir, acrescentando que o meio aéreo só é eficaz se existir meios em terra para combater as chamas. 

Élvio Sousa utilizou os três minutos para um pedido de esclarecimento. Na ocasião, perguntou quanto tempo demorava a abastecer a motobomba num ribeiro. 

A equipa avalia e a água tem de ser límpida e que consegue abstecer 2.000 -2.500 litros por minuto. 

Reitera que não verificou falta de água na Serra de Água. Mas que por uma questão de tempo foi tomada a decisão de abastecer na Meia Légua. 

"Não desminto. Mas sei que houve dificuldade nos abastecimentos", aponta. 

Já a deputada Mónica Freitas, do PAN, interroga sobre a formação de Equipas de Reconhecimento e Avaliação da Situação (ERAS).

Num incêndio, na fase inicial, "nunca é" avaliado por uma equipa ERAS.

Sobre as vidas animais que se perderam e a natureza que ficou danificada, o comandante esclarece que existe formação para a protecção das espécies/natureza. "Existe já uma preocupação neste sentido". 

Tendo em conta a nossa orografia e área florestal, Miguel Castro refere se não seria importante terem uma formação de sapadores florestais.

"São outra natureza de bombeiros que não a nossa, estamos capacitados para outras áreas, inclusive incêndios florestais", respondeu Sidónio Pio.