A longevidade
O mundo científico anda todo encantado a dizer que, daqui vinte ou trinta anos, vai conseguir que as pessoas vivam até aos cento e trinta anos, ou mais. E, mais uma vez, os cientistas estão a por a carroça à frente dos bois.
Todos nós sabemos que as pessoas têm cada vez mais problemas de demências.
As doenças de Alzheimer e a de Parkinson são cada vez mais comuns.
Está provado que nos próximos trinta anos uma pessoa em cada três terá a doença Alzheimer ou Parkinson.
Se juntamos a Alzheimer e a Parkinson os AVC e as doenças cardiovasculares, teremos duas pessoas doentes em cada três pessoas saudáveis.
Eu pergunto aos cientistas, para que serve fazer viver as pessoas até aos cento e trinta anos, pessoas dementes, sem saber onde estão nem o que fazem, e a sofrer doentes e sem cura?
Que prazer têm os cientistas ao fazer prolongar a vida a essas pessoas doentes?
Os cientistas antes deviam procurar descobrir tratamentos e medicamentos para acabar primeiro com essas doenças.
Porque se não o fizerem, o que vai acontecer é que vamos ter milhões de pessoas a viver anos e anos em sofrimentos para nada.
Não só teremos milhões de pessoas a sofrer, como não haverá pessoas suficientes para cuidar desses doentes.
Como também não haverá nenhum governo no mundo com dinheiro suficiente para pagar os cuidados desses doentes.
Faço aqui um apelo aos cientistas. Ponham lá de lado essa mania de procurar a longevidade, e descubram primeiro como acabar com as doenças. As pessoas querem viver mais, sim, se elas tiverem qualidade de vida boa, sem doenças, sem miséria, sem violência, sem fome. É um erro total querer que as pessoas vivam mais tempo em sofrimento e sem qualidade de vida.
Edgar B. Silva