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O que te diria, Luís!

Caro Luís,

Estarei no próximo fim-de-semana no Congresso do PSD nacional em Braga juntamente com outros conterrâneos. Sou mais um observador entre centenas de companheiros e congressistas. Sou um entre muitos autarcas que o Partido Social Democrata elegeu no país.

Por certo 13.423 representantes dos vários órgãos autárquicos espalhados de Norte a Sul e Regiões Autónomas.

Incluo-me no grupo onde o PSD conseguiu registar um aumento nas Juntas de Freguesia (+40) ou, se preferires, entre os autarcas comprometidos com o desenvolvimento e com o bem-estar das nossas populações.

Estou como sou entre aqueles que figuram nas 32 Juntas e que o PSD-Madeira venceu.

Permite-me que te dirija estas curtas palavras e que te trate por tu. Não quero parecer insolente ou desrespeitoso. Nem irreverente. Não sou emproado nem sequer sou vaidoso. Na verdade não tenho razões. Vim de uma família que cultiva os mais simples e mais elementares valores do apreço, da consideração pelo outro e pela deferência. Não faço parte de elites nem carrego livros de enciclopédia. Reconheço as minhas limitações mas também conheço muito das minhas virtudes, uma das quais é que não espezinho quem de mim espera ajuda.

É verdade que não nos cruzamos tantas vezes como outros meus companheiros, mas sempre aprendi que dentro do meu partido não deve existir um distanciamento que impeça expressar aquilo que sentimos, tanto mais quando o momento exige de nós a capacidade de enfrentar os desafios actuais com determinação, criatividade e, sobretudo, com um forte sentido de responsabilidade.

Sou mais um presidente de Junta de tantas (3.091) que este país tem. Do Município de Câmara de Lobos, uma localidade com 7,74 km² de área e com 16.556 habitantes, e para o próximo ano termino um ciclo de 12 anos de exercício autárquico dedicado à causa pública e às gentes da minha freguesia, uma boa parte habituada a olhar para o mar como forma de sustento que pouco se importa se os holofotes estão ligados para aparecer num qualquer canal como fosse o garante de popularidade que não passará de uma ilusão momentânea. Há quem seja assim.

Hoje, mais do que nunca, estamos cientes de que o sucesso das nossas localidades exigem de nós não apenas respostas imediatas, mas também uma visão a longo prazo. Não tenho dúvidas que foi por isso que o PSD teve um aumento de 16% do número de Câmaras Municipais (98 para 114) e que precisamos nas próximas autárquicas de continuar nesta linha de crescimento, com o objectivo de termos a maioria nos Municípios e nas Juntas de Freguesia.

Mas precisamos que colabores no reforço da nossa Autonomia ou ajudes a rever a Lei das Finanças Regionais. Que não te esqueças que o Estado tem o dever de assegurar a continuidade territorial e promover a coesão social. Que desbloqueies a renovação das esquadras que o PS atou e que te comprometas com o envio de um meio aéreo para combate aos fogos.

Ao nível das Freguesias tomes como boa a participação nos impostos (IRS, IRC e IVA) deve passar de 2,5% para 5% nos próximos 5 anos ou a taxa de IMI urbano de 1% para 3%. Não menos importante será uma revisão da Lei das Finanças Locais e do Estatuto do Eleito Local, permitindo o reforço de meios financeiros, técnicos e humanos.

Também estou consciente que escolherás os melhores, os mais capazes para liderar as candidaturas às autárquicas. Que escolherás quem tenha dado provas de trabalho e proximidade às suas populações.

Que tivessem presenteado projectos credíveis em prol do desenvolvimento do território.

Necessitamos de autarcas 4x4, que saiam dos seus gabinetes, arregacem as mangas e trabalhem em prol das suas gentes.

Temos de concelho a concelho, freguesia a freguesia, auscultar as comissões políticas de freguesia e concelhias. Não prefiras um amigo ou um companheiro com mais afinidade. Escolhe os mais capazes, aqueles que as populações se identifiquem, que tenham capacidades técnicas e visão, mas ao mesmo tempo sejam sensíveis, preocupados e empenhados em resolver os problemas dos seus territórios e das suas populações.

Que potenciem a coesão territorial para maximizar os recursos financeiros e logísticos existentes na execução de planos que desenvolvam os seus municípios e freguesias. Só assim poderemos garantir uma ascendência do PSD no panorama autárquico, que nos levará à liderança na ANMP e na ANAFRE.

Meu caro,

Não é apenas por nós, é por cada trabalhador, por cada jovem, por cada homem e mulher que acredita sermos capazes de fazer de Portugal um país melhor e onde todos têm vez e voz.

O futuro depende de nós!