Venezuela detém norte-americano e dois espanhóis por tentarem "desestabilizar" o país
As autoridades venezuelanas detiveram um norte-americano e dois espanhóis acusados de estarem ligados a uma alegada conspiração para "desestabilizar" o país, anunciou hoje o Governo, dando conta da apreensão de cerca de 400 espingardas provenientes dos Estados Unidos.
"Dois cidadãos espanhóis foram recentemente detidos em Puerto Ayacucho (sul)", disse o ministro do Interior, Diosdado Cabello, numa conferência de imprensa, acrescentando que um "cidadão [norte-]americano" também está detido.
O ministro aludiu a um alegado plano para "gerar violência" e "desestabilizar" o país.
As relações diplomáticas entre a Venezuela e Espanha deterioraram-se fortemente desde quinta-feira, quando a ministra espanhola da Defesa, Margarita Robles, descreveu a Venezuela como uma "ditadura".
Estes comentários coincidiram com a receção pelo chefe do Governo espanhol, Pedro Sanchez, do candidato da oposição venezuelana Edmundo Gonzalez Urrutia, que chegou a Espanha no domingo depois de fugir da Venezuela, onde era objeto de um mandado de captura.
Gonzalez Urrutia reivindica a vitória nas eleições presidenciais de 28 de julho contra o presidente cessante Nicolás Maduro, que foi oficialmente declarado vencedor para um terceiro mandato, embora a contagem completa dos votos ainda não tenha sido publicada.
Os Estados Unidos reconheceram González Urrutia como Presidente eleito e anunciaram na quinta-feira sanções contra 16 pessoas próximas de Maduro por "obstruírem" as eleições presidenciais.