Morreu Vera, viúva e presença constante na obra do escritor Milan Kundera
Vera Kundera, viúva e presença constante na obra do escritor franco-checo Milan Kundera, morreu hoje, aos 89 anos, anunciou a editora francesa Gallimard.
À agência France Presse, a editora descreve Milan e Vera como um "casal de fusão", lembrando que ela "velou o escritor até ao seu último dia de vida e trabalhou admiravelmente para promover o seu trabalho romanesco e crítico em todo o mundo".
Segundo o diário regional La Voix du Nord, Vera morreu em Touquet, Pas-de-Calais, e foi encontrada por uma camareira de um hotel em frente ao mar, onde passava férias.
Vera Hrabankova era apresentadora de televisão quando se casou com o autor de "A insustentável leveza do ser", em 1967, mas foi demitida um ano depois, no contexto da Primavera de Praga, período de liberalização política na antiga Checoslováquia, na altura sob domínio da União Soviética.
Ambos acabaram por se exilar em França, em 1975, e tiveram um filho.
Vera era historiadora de arte e tradutora, aliás traduzindo para checo a vasta obra de Milan, onde se destacam obras como "A valsa do adeus" e "O livro do riso e do esquecimento".
O casal morava há décadas em Paris, onde Milan Kundera morreu, em 11 de julho de 2023, aos 94 anos.