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Primeiro-ministro diz que país quer estabilidade

Foto Fernando Veludo/Lusa
Foto Fernando Veludo/Lusa

O primeiro-ministro afastou hoje um eventual cenário de eleições antecipadas, afirmando que o país quer estabilidade para não prejudicar as oportunidades de financiamento existentes, numa resposta implícita às críticas do secretário-geral do PS.

"O país espera que nesta ocasião não se prejudique um caminho de crescimento, um caminho de aproveitamento das oportunidades, nomeadamente de financiamento, que são extraordinárias", disse Luís Montenegro, durante a inauguração da Fábrica da História -- Arroz, em Estarreja, no distrito de Aveiro.

Montenegro, que fez apenas um discurso, sem falar aos jornalistas, referiu que o país quer que o Governo garanta "estabilidade, responsabilidade e sentido de futuro", em vez de andar "à procura de crises existenciais, supérfluas, daqueles que só pensam em si, ou no seu próprio interesse".

Uma declaração que pode ser entendida como uma resposta às declarações do secretário-geral do PS, que acusou hoje o Governo de não ter sido sério na gestão de diferentes dossiês e de ter "feito propaganda e enganado os portugueses" por ter em mente eleições antecipadas e se querer preparar para elas.

No seu discurso, Montenegro disse que é este "sentido de futuro" que tem partilhado na rua, nos contactos com as instituições e com as entidades, afirmando que "é aquilo que vai acontecer nos próximos dias sobre as decisões importantes" que o Governo tem pela frente, numa alusão à discussão do Orçamento do Estado para 2025.

Olhando para a obra que foi inaugurada hoje, o primeiro-ministro afirmou que há "muitas razões para acreditar no país".

"[Por] aquilo que já fomos capazes de fazer e por aquilo que sabemos que conseguimos fazer, se quisermos, no futuro", disse, adiantando que este exemplo "pode e deve ser replicado nos serviços públicos e nas empresas".

Na mesma ocasião, Anabela Amorim, viúva do neto de Carlos Marques Rodrigues, que fundou em 1920 a antiga "Hidro-Elétrica" de Estarreja, uma antiga fábrica de descasque de arroz onde está atualmente instalado o novo espaço museológico, falou no "milagre da engenharia, da arquitetura, e da mão-de-obra que transformou um destroço neste belo edifício, respeitando a sua traça".

Citando Fernando Pessoa - "Deus quer, o homem sonha e a obra nasce" -, Anabela Amorim disse desejar que este novo equipamento cultural do município "ilumine a sua história e o seu papel no desenvolvimento, conhecimento e preservação da cultura e da tradição no Baixo-Vouga Lagunar.

Após ter sido doado ao município pelos familiares de Carlos Marques Rodrigues, o edifício foi alvo de obras de reabilitação e adaptação, num investimento de 1,2 milhões de euros, que teve uma comparticipação comunitária, a que acresceram cerca de 500 mil euros na museografia.

O novo museu incorpora uma zona multifuncional, uma loja e um restaurante no piso superior que irá servir pratos confecionados com o arroz de Estarreja.

O programa inaugural do Museu, que se estende até domingo, inclui visitas guiadas aos campos do cultivo deste cereal. Até ao final do mês as entradas serão gratuitas.