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Desporto

“O Marítimo vai jogar sempre para ganhar”

Jorge Silas quer já estrear-se com uma vitória sobre o Alverca, amanhã, às 11 horas

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Foto Aspress

Jorge Silas teve, ao princípio da tarde deste sábado, o seu primeiro contacto formal com a comunicação social como treinador do Marítimo. Foi na antevisão do jogo com o Alverca, agendado para a manhã de domingo, em que fará a sua estreia no banco, sucedendo a Fábio Pereira.

Antes de qualquer pergunta que lhe fosse formulada, Silas começou por extravasar o orgulho que sentia por treinar o Marítimo. “Trata-se de um clube que tive o prazer de representar como jogador e que agora volto com muita ilusão e muita ambição”, deixando depois um abraço de solidariedade para com o seu antecessor. “Nem sempre as coisas nos correm bem, mas não deixamos de ser bons profissionais e, pelo Fábio Pereira, tenho algum apreço pelo seu trabalho”, diz.

Passadas estas duas notas prévias, o novo treinador do Marítimo revela que veio encontrar “um ambiente de trabalho muito bom e jogadores com muita vontade de ouvir e melhorar relativamente aquilo que são as minhas ideias”, ressalvando, desde logo, não estar a comparar a sua ideia com aquela que o seu antecessor tinha para a equipa.

“Foco-me apenas no meu trabalho. O que vim encontrar foram jogadores muito ambiciosos, com muita vontade em aprender e ouvir, pelo que é natural que haja muita coisa nova para a qual eles têm estado sempre dispostos a aprender. Encontrei igualmente, em termos de balneário, um bom ambiente de trabalho, também com alguma alegria, mesmo que nesta casa, quando se perde, não se possa andar com a mesma cara de quando se ganha. Mas é natural, o Marítimo está na II Liga, mas é uma equipa grande, com muitos anos consecutivos na I Liga, pelo que agora há que dar um passo em frente quando se trata de ultrapassar frustrações e momentos menos bons”, começou por sublinhar o treinador do Marítimo.

“Não se ganham jogos nos primeiros 10 minutos. Há que ter paciência”

Perante a questão, Jorge Silas foi claro quanto ao estilo de jogo que quer implementar no Marítimo. “Normalmente o estilo de jogo de um treinador tem muito a ver com aquilo que ele foi, no meu caso, enquanto jogador. E fui um futebolista muito criativo, que gostava muito de ter bola e as minhas equipas jogam assim, sem perder a objectividade que um jogo requer para chegar ao golo”, explica o técnico.

 Mas há uma coisa que o novo treinador do Marítimo garante: “a equipa vai jogar sempre para ganhar, porque a história do clube é isso que pede e porque nós também só gostamos de jogar assim. Não vamos a campo algum jogar para não perder e muito menos no nosso estádio”.

Contudo, Jorge Silas deixa um alerta. “Não vamos ganhar os jogos todos nos primeiros 10 minutos, porque isso é impossível. Não queremos nos precipitar, mas sim jogar com alguma paciência, porque para desmontar equipas que virão jogar ao nosso estádio para não perder e jogar no nosso erro, é preciso de termos um bocado de paciência. E se quisermos ganhar em 10 ou 15 minutos, vamos perder muitas bolas, vamos nos desequilibrar e, se calhar, vamos até perder jogos. Queremos criar uma equipa com um perfil de jogo muito vincado, sem perder aquilo que é a objectividade do golo”, sustenta o treinador português de 48 anos.

Seja como for, o novo técnico verde-rubro chega com a ambição de subida. “O Marítimo não pode pensar noutra coisa. Quando me ligaram, o que me expressaram logo foi a ambição de subida. E já joguei aqui, sei o que é o Marítimo, o que representa para a Madeira e para os madeirenses, pelo que o nosso objectivo é sempre a subida”, atira com convicção, mas novamente com uma alerta para os adeptos verde-rubros. “Queremos montar uma equipa que controle os jogos, que crie situações de golo, que puxe pelos adeptos – como jogador pelo Marítimo já venci, na Madeira, o Sporting e o Benfica – pois sei bem o que é jogar nos Barreiros com os adeptos do nosso lado, mas também com a equipa a puxar pelos adeptos, mas jogando, como já disse antes, com um bocado de paciência, sem cometer erros crassos e primários. Estamos com 10 semanas de atraso em relação a outras equipas técnicas, mas já tivemos 9 dias a trabalhar algumas coisas importantes”, desenvolve a ideia.

Relativamente ao adversário que vai marcar a sua estreia – o Alverca ainda não venceu nesta II Liga, com três empates e uma derrota – alerta para o facto do seu adversário ainda não ter ganho não lhe deixa mais descontraído. “Já vi jogos do Alverca, um deles assisti ao vivo em Leiria, num jogo que podia ter vencido. É uma equipa com bons jogadores, com muitos jogadores oriundos do Santa Clara e da I Liga, e tem qualidade. Vamos respeitar o adversário, como o faremos sempre, mas queremos vencer todos os jogos. Mas não vamos nessa de qualquer tipo de facilidade, que não existe para nós”, sustenta.

Para Jorge Silas, o seu trabalho no Marítimo é como fazer “um resert”, sendo-lhe indiferente os que os jogadores anteriormente fizeram. “Começaram todos do ponto zero, trabalhando e jogando os que derem melhor rendimento”, conclui,