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ONU denuncia morte de funcionário em operação militar israelita na Cisjordânia

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Foto Jaafar ASHTIYEH / AFP

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA) indicou hoje que um dos seus funcionários foi morto na quinta-feira por um franco-atirador israelita num campo de refugiados na Cisjordânia ocupada.

A vítima estava no telhado da sua casa e foi abatida durante uma operação militar israelita no campo de refugiados de Faraa, no norte da Cisjordânia ocupada, sublinhou a agência das Nações Unidas.

Trata-se da primeira morte de um funcionário da agência nos territórios palestinianos ocupados em 10 anos, segundo um comunicado do diretor da UNRWA para os Assuntos da Cisjordânia, Roland Friedrich.

"Sufyan Jaber Abed Jawwad foi baleado e morto no telhado da sua casa por um atirador furtivo durante um ataque noturno israelita nas primeiras horas da manhã de 12 de setembro", declarou Friedrich.

O homem, que deixa viúva e cinco filhos, trabalhava como funcionário de saneamento para a agência da ONU. A morte de Jawwad já tinha sido confirmada quinta-feira, mas não se sabia que era funcionário da UNRWA.

À agência noticiosa espanhola EFE, o exército israelita argumentou que o homem atirou explosivos contra as tropas a partir de um telhado e que foi abatido pelos soldados, mas não soube dizer se se tratava de um miliciano nem apresentou provas do incidente.

A morte deste trabalhador humanitário ocorre na mesma semana em que um ataque israelita matou 18 pessoas que estavam abrigadas numa escola, em Nuseirat, na Faixa de Gaza. Entre as vítimas estavam pelo menos seis funcionários da mesma agência da ONU, cuja morte foi condenada pela União Europeia, Estados Unidos e outros países, e pelo secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, que pediu uma investigação "independente e minuciosa" que garanta "responsabilização".

"Este incidente eleva o número de funcionários da UNRWA mortos neste conflito para 220", sublinhou o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric em comunicado, a propósito da morte dos trabalhadores em Gaza.

As forças israelitas têm vindo a lançar raides e incursões em diferentes cidades e campos de refugiados no norte da Cisjordânia ocupada desde o final de agosto, numa operação contra as milícias palestinianas na zona chamada "Campos de Verão".

Segundo a EFE, os ataques israelitas contra Tulkarem, Jenin e Tubas e os campos circundantes (Faraa fica a sul de Tubas), todos eles bastiões das milícias palestinianas no território ocupado, fizeram cerca de 50 mortos.

A maioria dos mortos eram combatentes, mas também houve civis que perderam a vida, incluindo Ayed Abu al Hayja, de 62 anos, um idoso com uma deficiência intelectual, que foi baleado por soldados a 29 de agosto em Nur Shams, perto de Tulkarem.

Numa declaração, o exército israelita afirmou hoje ter eliminado dez supostos combatentes durante as recentes incursões em Tulkarem, Nur Shams, Tubas, Tamun e Faraa.

O exército israelita afirmou também ter encontrado um pequeno túnel com uma entrada mas sem saída perto de um hospital na cidade de Tulkarem.