Mais de 3.100 novas plantas de Uveira-da-Serra produzidas no viveiro do Parque Ecológico do Funchal
No ano passado, foram produzidas mais de 3.100 novas plantas de Uveira-da-Serra no viveiro de plantas indígenas do Parque Ecológico do Funchal. Em 2023, foram igualmente plantados cerca de 4.800 exemplares deste arbusto endémico da Madeira. Paralelamente, foram realizadas intervenções em mais de 220 hectares, para remoção de espécies invasoras desde 2021, "com objectivo de promover a regeneração natural desta espécie".
Os dados foram avançados, hoje, pela vereadora do Ambiente na Câmara Municipal do Funchal (CMF), que destacou o facto de nos últimos anos, o Parque Ecológico ter intensificado os esforços para expandir a distribuição da Uveira-da-Serra.
Nádia Coelho falava durante uma iniciativa promovida pelo município para assinalar o Ecology Day. Celebrada, anualmente, entre 13 e 15 de Setembro, esta efeméride visa promover a aproximação entre a ecologia e a sociedade, tendo em vista um desenvolvimento humano mais sustentável.
Quanto à actividade dinamizada pela autarquia, esta sexta-feira, a mesma envolveu 35 utentes do ginásio da Barreirinha, que se dedicaram à colheita de bagas e confecção do doce de Uveira-da-Serra. Trata-se, conforme explicou a vereadora, de replicar "um costume madeirense, transmitido ao longo do tempo, que perdura até os dias de hoje e que importa continuar a transmitir às novas gerações".
A transformação da uva-da-serra em doce surgiu da necessidade de conservar este fruto por mais tempo. Rico em propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, sabe-se que era exportado para a Europa por ter mais nutrientes do que os seus congéneres continentais, os mirtilos. Para além de doce, este fruto era também consumido fresco ou utilizado para dar cor a algumas bebidas fermentadas. Apesar do seu nome comum ser uveira-da-serra, não pertence à família das videiras (Vitaceae), mas sim à família das urzes e dos mirtilos (Ericaceae).