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Madeira

JPP afirma que obra de 20 milhões continua sem resolver falta de água para rega

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O JPP afirma que o problema de falta de água para regadio nos meses de Verão parece nunca mais ter fim, nomeadamente nos concelhos da Ribeira Brava, em particular das terras aráveis da freguesia do Campanário, e Câmara de Lobos. Os regantes descrevem o problema como “prejudicial para a actividade agrícola, redução das colheitas e, consequentemente, perda de rendimento” para quem trabalha e vive da terra.

“Há agricultores que não têm água para regar as suas terras há 30 dias”, lamentou o vice-presidente da bancada parlamentar do JPP, Rafael Nunes, depois de ter estado à conversa com agricultores. “Muitas destas pessoas estão há 30 dias sem regar, isto é condenar ao fracasso a actividade agrícola e o trabalho árduo desta gente. Dizem-nos que a falta de água para rega tem vindo a agravar-se após a construção do túnel hidráulico do Pedregal, onde nos encontramos”, referiu à comunicação social presente.

Segundo o partido, os agricultores entendem que uma parte do problema estará relacionado com “elevadas perdas de água dos canais de regadio” do túnel hidráulico do Pedregal, no Campanário, "água que jorra encosta abaixo sem qualquer aproveitamento".

Há problemas na Madeira que tendem, de forma incompreensível, a eternizar-se. Este da permanente falta de água para a agricultura no Verão é um deles. Compreendemos as preocupações destas pessoas, que vivem ano após ano neste limbo, nesta incerteza sobre se terão ou não água para regar o que tanto custa a semear e a tratar. Isto não é proteger a agricultura, os agricultores e o meio rural, é matar o sector. Rafael Nunes

Para o deputado do JPP, o importante é que o Governo Regional revele o que correu mal: "o que se passa com esse grande investimento de milhões de euros que foi a obra do túnel do Pedregal”. "Inaugurado no calor da campanha para as Eleições Regionais de 24 de Setembro de 2023, a 13 dias da ida às urnas, o investimento de 20,3 milhões de euros desenvolveu-se ao abrigo de um contrato-programa no âmbito do PRODERAM", explica Rafael Nunes, indicando que Albuquerque assegurou no dia inauguração tratar-se de uma das obras “mais importantes dos últimos anos”.

Este investimento iria  “esbater a dificuldade crónica de abastecimento de água durante o Verão” e garantir “abastecimento de água à zona sul da Madeira, onde irá abastecer cerca de nove mil agricultores e uma área de mais de 500 hectares”. “O propósito estava certo”, admite o parlamentar, “o que não se percebe é por que razão, depois de um vultuoso investimento, continua a não haver água suficiente, e isso tem que ser explicado, com a máxima urgência, a quem não consegue produzir se não tiver água para as suas terras, as suas produções”.