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Israel voltou a disparar contra caravana da ONU em Gaza

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Foto ONU

Uma coluna da ONU, identificada e que participava na campanha de vacinação contra a poliomielite, foi mantida sob a mira durante várias horas em Gaza na segunda-feira pelo Exército israelita, que efetuou vários disparos, denunciou hoje o organismo.

A caravana de várias agências da ONU, incluindo a Agência para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) "foi detida pelas forças israelitas" no posto de controlo de al-Rashid, embora tivesse todas as autorizações necessárias, garantiu o porta-voz das Nações Unidas, Stéphane Dujarric.

A equipa de 12 funcionários da ONU "foi informada de que as forças israelitas queriam interrogar dois membros da comitiva", destacou.

"A situação agravou-se rapidamente, com os soldados a apontarem as suas armas diretamente para o nosso pessoal, os veículos da ONU a serem cercados pelas forças israelitas e os tiros a serem disparados", contou ainda.

Tanques israelitas e uma escavadora aproximaram-se então, "atingindo os veículos da ONU à frente e atrás, compactando a caravana", acrescentou Stéphane Dujarric, salientando que os funcionários não conseguiram sair dos veículos em segurança.

"A coluna foi mantida sob a mira de uma arma enquanto altos funcionários da ONU contactavam as autoridades israelitas para tentar uma desescalada" e "depois de sete horas e meia no posto de controlo, a caravana regressou à sua base sem ser capaz de cumprir a sua missão humanitária", denunciou ainda.

"Poderia ter-se transformado numa tragédia", insistiu, referindo que o incidente não causou feridos.

"A conduta das forças israelitas no terreno põe em perigo a vida do nosso pessoal", acusou ainda Dujarric, lembrando que este acontecimento é "o exemplo mais recente de perigos e obstáculos inaceitáveis" às operações humanitárias no território palestiniano.

No final de agosto, um veículo do Programa Alimentar Mundial foi baleado várias vezes noutro posto de controlo do Exército israelita em Gaza.

Não foi a primeira vez que veículos da ONU foram atingidos pelo fogo israelita desde o início da guerra entre Israel e o Hamas desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamista palestiniano, em 07 de outubro, onde deixou cerca de 1.200 mortos e levou mais de duas centenas de reféns.

Desde então, Israel encetou uma ofensiva em grande escala no território palestiniano, que já matou mais de 41 mil pessoas, na maioria civis de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas, além de ter provocado um desastre humanitário e desestabilizado todo o Médio Oriente.