Isabel Leitão substitui Rui Abrunhosa Gonçalves à frente da direcção dos Serviços Prisionais
A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, anunciou hoje que Isabel Leitão, até agora subdiretora-geral da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), vai assumir o lugar de Rui Abrunhosa Gonçalves, que apresentou a demissão do cargo de diretor.
"Aceitei o pedido de demissão apresentado pelo senhor diretor-geral da DGRSP e pelo subdiretor-geral com o pelouro dos EP [estabelecimentos prisionais]. Assumirá funções, em regime de substituição, a Dra. Isabel Leitão, até aqui subdiretora Geral da DGRSP", afirmou a governante, numa conferência de imprensa realizada no Ministério da Justiça, em Lisboa.
A apresentação do pedido de demissão de Rui Abrunhosa Gonçalves foi conhecido cerca de uma hora antes da conferência de imprensa de Rita Alarcão Júdice, com fonte do Governo a confirmar que a ministra da Justiça tinha aceitado o pedido.
Rui Abrunhosa Gonçalves estava à frente da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) desde agosto de 2022.
Foi nomeado pela ex-ministra da Justiça Catarina Sarmento e Castro durante a última governação socialista, sucedendo então no cargo ao magistrado do Ministério Público Rómulo Mateus, que liderou a instituição desde fevereiro de 2019.
Psicólogo de formação e académico com trabalho na área das prisões, dos reclusos e da reinserção social, Rui Abrunhosa Gonçalves é doutorado em Psicologia da Justiça pela Universidade do Minho, onde trabalhou até 2022 como professor associado com agregação.
Foi psicólogo forense da Unidade de Consulta em Psicologia da Justiça e Comunitária, onde se dedicou sobretudo à avaliação pericial e intervenção junto de ofensores violentos e perigosos.
Desenvolveu e coordenou investigações sobre o sistema prisional, a psicopatia, os ofensores conjugais e os ofensores sexuais e a psicologia forense.
A saída da DGRSP ocorre na sequência da fuga de cinco reclusos, no sábado, do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa.
Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.
Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.