DNOTICIAS.PT
Mundo

Hamas nega presença de militantes em zona humanitária bombardeada por Israel

None

O Hamas negou que houvesse milicianos na zona humanitária de Khan Yunis, no sul de Gaza, que foi hoje bombardeada pelo exército israelita por alegadamente abrigar operações do grupo islamita palestiniano.

"Confirmamos que são mentiras descaradas as acusações do exército de ocupação fascista sobre a existência de membros da resistência no local do ataque, com a qual procuram justificar estes crimes atrozes", afirmou o Hamas num comunicado.

O exército israelita confirmou hoje o ataque, realizado numa operação conjunta com o serviço de informações interno israelita (o Shin Bet), dirigido contra "importantes terroristas do Hamas" que operavam a partir de um alegado centro de controlo incorporado na zona humanitária de Khan Yunis.

O ataque israelita realizado na manhã de hoje em Kan Yunis provocou pelo menos 40 mortos. O exército israelita também não apresentou provas sobre a existência de milicianos do Hamas naquela zona.

O bombardeamento atingiu cerca de vinte tendas, nas quais dormiam pessoas deslocadas perto da mesquita Ozman bin Affan, atrás do hospital Britânico, situado no sudoeste da cidade.

"A explosão criou uma grande cratera e um incêndio. Os corpos e as tendas ficaram misturados na areia e há várias pessoas desaparecidas", relataram os serviços de defesa civil do enclave, que classificaram o ataque como um "massacre horrível".

Nas imagens divulgadas por estas equipas de resgate, pode-se ver os seus trabalhadores a escavar a areia da praia para tentar extrair corpos ou sobreviventes.

O porta-voz da defesa civil de Gaza, Mahmud Basal, disse hoje de manhã que "famílias inteiras desapareceram na areia" do campo.

Cerca de 90% da população de Gaza -- mais de dois milhões de pessoas -- está atualmente deslocada e quase todas essas pessoas estão amontoadas nesta "zona humanitária" designada pelo exército israelita, que cobre 14% do centro e sul da Faixa em áreas de Mawasi, Khan Yunis e Deir al-Balah.

Testemunhas do ataque disseram aos serviços de defesa civil que Israel disparou cinco mísseis contra as tendas dos deslocados na zona costeira.

Mahmud Basal acrescentou ainda que foram encontradas três crateras muito profundas no local do bombardeamento. As forças armadas israelitas não confirmaram a utilização de cinco mísseis no bombardeamento, mas também não negaram.

Desde o início da guerra em Gaza, em outubro passado, quase 41 mil palestinianos foram mortos e mais de 94.800 ficaram feridos devido aos incessantes ataques israelitas, de acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde do enclave, governado pelo Hamas.